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No próximo domingo, 8 de agosto, às 9h, no Centro Educacional e Esportivo Edson Arantes do Nascimento, o Pelezão, serão inaugurados dois jardins japoneses em homenagem aos 100 anos da chegada do navio Ryojun-Maru no porto de Santos trazendo 919 imigrantes japoneses.
Os jardins, além da beleza, trazem equilíbrio físico e mental. Eles seguem a tradição japonesa com os elementos da natureza: água, pedras e animais. Projetado pelo professor Carlos “Sô Ju” Cyrillo, um especialista na cerimônia do chá e neste tipo de jardim.
A comissão organizadora das comemorações da chegada do Ryojun-Maru tem à frente Amélia Haruko Yano, moradora do bairro e dona do Buffet Yano. Ela, juntamente com Rita Maria Mismetti, Antonio de Pieri (in memorian) e outros voluntários, plantaram nestes últimos anos árvores e plantas que embelezam o Pelezão. “Plantamos cerejeiras (símbolo do Japão), hortênsias, lírios, ipês, entre outras e agora teremos um jardim japonês, graças à colaboração de voluntários e empresários da região”, diz Amélia, neta do casal de Haruyo e Hikojiro Yano, que vieram da província de Fukuoka para o Brasil.
Os jardins representam o agradecimento dos descendentes à acolhida que eles receberam do Brasil. O maior deles, o sukuiama, além das árvores, pedras e flores, é todo gramado e tem um pequeno lago com cachoeira com os nishikigoi (carpas coloridas), peixe que é símbolo do Japão. O menor, o karê sansui, é formado por seixos e pedras e nos remete à contemplação e ao silêncio.
A cerimônia no dia 8 terá a presença do cônsul-geral do Japão, um culto xintoísta, o lançamento de livro, apresentações musicais e danças típicas japonesas. Uma placa no local lista os 919 imigrantes do Ryojun Maru.
O mestre
Carlos “Sô Ju” Cyrillo, o autor do jardim japonês não é descendente de japonês. Paulistano e filho de italianos, foi piloto da Força Aérea Brasileira e da aviação civil e teve hotel. Quis construir um jardim japonês e conheceu a cultura japonesa. Gostou e não parou mais. Estudou e se tornou o primeiro não-descendente a obter o título de mestre da cerimônia do chá e é um especialista em jardins japoneses. Além disso, dá cursos e faz palestras sobre esses temas. Este novo jardim, ele fez sem cobrar nada e explica o porquê: “fiz o jardim como uma forma de reconhecer o que a cultura japonesa nos trouxe”. Arigatô, mestre!
Carlos “Sô Ju” Cyrillo
Telefone 7334-6955
www.ryojun-maru.blogspot.com
