Foto:
Cachorros são uma delícia, principalmente quando filhotinhos. Aqueles olhos te encantam. Com o tempo, esse amor pode acabar virando um pesadelo. O cachorro não obedece, destrói tudo. Pois você precisa de ajuda antes que isso piore ainda mais.
A veterinária Bruna Lapenta se especializou em comportamento canino. Ela trabalha com isso há cerca de dois anos. “As pessoas não enxergam muito as necessidades dos animais. Enxergamos as nossas e acabamos colocando os animais nas nossas vidas por causa dessas necessidades”, diz ela.
O atendimento acontece em domicílio. Muitas vezes ela é indicada por veterinários por causa de algum problema clínico que possa estar ligado ao comportamento. “As pessoas querem que isso pare porque veem que o cão não está bem, e querem um cachorro mais tranquilo. Elas acabam vivendo em função da loucura do cachorro”, conta. Na primeira consulta, ela explica aos membros da família tudo sobre comportamento animal. “Se você quer mudar o comportamento dele, tem que entender como ele funciona. Ele não é humano. E é isso que o dono faz, trata ele como se fosse um ser humano”, completa.
Depois dessa aula, é hora de colocar em prática a reabilitação, feita por meio de sons e toques. Ela também ensina como o dono deve se comportar em cada situação. “É diferente do adestramento. Eu não trabalho com estímulo, dando petisco”.
Em seu trabalho, Bruna conta que o mais difícil não são os animais, mas os donos. “Mudar o cachorro é rápido. Se você chamar a atenção dele da maneira correta, ele responde super-rápido. O problema é mudar a cabeça do dono. O cachorro é tudo que você permite que ele seja ou faça”, diz ela. Os cães nos enxergam como parte da matilha e buscam quem a comande. Se ninguém desempenha o papel, ele assume esse lugar e aí começam os problemas.
A reabilitação não tem idade, basta força de vontade. É importante que, depois do trabalho de Bruna, os donos continuem aplicando o que aprenderam. “A vida do cachorro tem que ser regrada, tem que ter rotina. Para ficar equilibrado, precisa de exercícios todos os dias e disciplina. Se ele tem isso, o carinho pode vir”. Se tudo isso estiver bem, a veterinária lembra que não há problema algum em comprar roupinhas, festas de aniversário, etc. “Mas em primeiro lugar nesse relacionamento tem que vir o animal”, ela finaliza.
