Ele nasceu em uma casa que ficava na esquina da R. Coriolano com a R. Clélia e é um dos filhos de Gaetano Leone e de Dona Amedeia. A sua característica mais predominante é o seu bom-humor o qual aplica em tudo o quê faz.
Ao todo, nasceram dez irmãos, oito homens e duas mulheres. Quando a mãe morreu, ele era um garotinho de seis anos e a função de açougueiro já era exercida pelo pai, que chegara ao Brasil em 1897 com os avós e tios, vindos da Sicília, na Itália. O Departamento de Imigração que ficava no bairro do Brás, enviou a família para trabalhar na lavoura, em São Simão, no estado de Minas Gerais. “Só depois de cinco anos de lavoura eles vieram para São Paulo”, contou.
Com cerca de 60 anos trabalhados em açougues e empresas da região da Lapa, Oswaldo Leone têm muitas histórias engraçadas para contar e vai desfiando o enredo misturado às gargalhadas, rindo da própria sorte e contagiando até o mais ranzinza.
Depois de tanto tempo como funcionário, um amigo o aconselhou a tirar melhor proveito daquela simpatia constante para trabalhar por conta própria, fornecendo para as mesmas empresas que, até então, eram clientes do patrão.
Especialista em cortes, que inclui deixar a peça com aspecto atraente e sedutora para o gosto do consumidor, Oswaldo Leoni, mais conhecido como Zorro, viajou o Brasil todo pela a empresa W. Rivetti quando à época existia a Cobal, órgão federal criado pelo governo, responsável pela distribuição de produtos alimentícios.
Atualmente com 82 anos e é quase impossível ouvir dele uma frase inteira sem fazer troça com o assunto, até mesmo com os mais sérios, como saúde, idade avançada e claro, com a morte, que nem mesmo ela escapa das suas zombarias. Dona Neide, a companheira inseparável há 55 anos, sorri a cada brincadeira com carinho que transborda, o repreende com a ternura.
Com olhar de quem reconhece o amor cada vez que os seus olhos se cruzam com os dela, confessadamente ele diz: “Eu, vivendo com ela todos esses anos, ela sempre foi a minha companheira, sempre esteve ao meu lado, eu chegava aqui e ela lavava as bandejas, as roupas, sempre com sangue, lavava os freezers. Eu só chegava, carregava e saia fora, de madrugada e, quando voltava estava tudo limpinho. Ela foi o meu foi um braço-direito em tudo”