Médico de adolescentes

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A medicina é uma ciência que avança rapidamente. Hoje, dentro de uma especialidade médica, existem focos específicos, como ortopedia, onde existem médicos que podem tratar só de joelhos, ou mãos, ou esportistas. Na área clínica, novas especialidades também vão ganhando nome, como a hebiatria – que já existe há mais de 30 anos no País, mas só agora vem ganhando fama. O nome faz referência à deusa grega da juventude, Hebe. Essa fase de transição entre a infância e a idade adulta é classificada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) entre 12 e 18 anos, mas a Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece entre 10 e 20 anos.
Segundo o Dr. Paulo Augusto Huvos, médico especialista em hebiatria, “lidar com cinco adolescentes ao mesmo tempo é dose, mas com apenas um na sua sala, batendo papo, é muito gostoso”. A adolescência é uma fase de transição entre pediatria e clínica geral. “Boa parte das queixas dos adolescentes é psicossomática, coisas sobre sexo, drogas, e abordamos isso, que são alguns dos fatores de desarranjo do adolescente”, esclarece. Mas essa fase também tem doenças típicas, como a doença de Osgood-Schlatter: “Muitas vezes eu recebo rapazes com dor no joelho, que já passaram por outros médicos que não conseguiram diagnosticar essa doença, que é mais comum nos meninos e é um processo dolorido no joelho. A força muscular aumenta muito rápido e nem sempre o tendão e os ossos estão na mesma sintonia”, explica.
Além de tratar dos problemas físicos típicos dessa fase, o hebiatra também tem um papel importante no aconselhamento de algumas queixas: “O hebiatra ouve muitas confidências sobre sexo, drogas, religião, violência. Mas tudo que é falado entre médico e paciente fica só com eles, e o médico só abre para os pais quando há risco para a saúde do adolescente”, diz o Dr. Paulo. Se esse risco for com drogas, por exemplo, o Dr. Paulo dá a chance ao próprio paciente de falar com os pais. Com a sexualidade, o médico diz que ambos os sexos têm maneiras diferentes de encarar suas dúvidas: meninas buscam provar o sexo de forma mais romântica e meninos querem provar de qualquer jeito.
Para os pais, o médico avisa: “Note as mudanças do corpo e de comportamento de seu filho – essa é a hora legal de passar no hebiatra”.

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