Tô na rua…

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Tô na rua...

Para o músico Marko Concá, o palco é em qualquer lugar.

Quem anda pela avenida Paulista nos fins de semana já deve ter visto um cara vestido de terno com manga comprida de um lado e sem mangas de outro, em frente à Casa das Rosas. Na cabeça, um acessório decorado que lembra chapéu, ou uma cobertura de telefone público; mas é uma peça para melhorar a acústica do som que sai do violão, embrulhado em crochê. E as letras e os sons das músicas que ele mesmo compõe podem chegar melhor para quem passa, para, ouve, interage… e joga uma moeda, por que não? O músico e performer Marko Concá diz que não quer inventar a roda, mas trabalha muito para fazer a arte se reintegrar sem separar as disciplinas; música e cênicas andam juntas. “Quero que a canção converse com outros meios”. Ele sugere outra proposta: o artista tem de buscar espaços e horários para se apresentar além dos estabelecidos. “Estou cansado da noite, gostaria de participar de festivais com vários grupos musicais tocando à tarde”.
A música em sua vida surgiu quase que em cima de um skate. Marko nasceu no Condomínio Central Parque Lapinha, ao lado do Mercado Municipal, na Lapa. O avô tinha uma loja de maiôs na rua Roma. Quando o pai, vindo da Iugoslávia, assumiu o estabelecimento, criou a marca Prestige, referência no mundo do skate. E Marko só andava de skate até ter um estalo. “A competição não é com o outro, é comigo mesmo. Vou fazer música”. Ninguém na sua casa cantava ou tocava um instrumento. “Minha avó materna fazia doces e a paterna, crochê”. O performer escolheu as cordas; primeiro as vocais, estudou canto. Depois as do violão e as do contrabaixo. Entrou para a banda de rock O Grito e nela ficou de 2000 a 2011. Tocou com Dominguinhos e com a Orquestra Jovem Tom Jobim. Transdisciplinar, fez curso de palhaço na Cia. Nau de Ícaros. Foi para as ruas, em saídas organizadas no Parque da Água Branca pela artista Silvia Leblon. Marko pensa na música, na arte e na sustentabilidade. Pertence ainda ao grupo de artistas Cosmopaulistas. “Discutimos modos de produção e meios de promover eventos que tenham linguagem comum para ampliar o público.” Marko acaba de lançar seu primeiro CD-EP “Servimos bem para servir sempre”, com três músicas. O nome do trabalho é referência à frase que vem em saquinhos de pães: “É a música como alimento”. O performer está estudando um meio de se apresentar em padarias. Seria uma boa opção. 

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