Angelina Basílio: vida dedicada ao Carnaval

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Foto: Tiago Gonçalves

Tiago Gonçalves
A Rosas de Ouro leva a Armênia para a avenida em 2019, "Viva Hayastan".

Uma das 14 escolas de samba do Grupo Especial, a Rosas de Ouro, tem sua quadra ao lado da ponte da Freguesia do Ó, é presidida por Angelina Basílio desde 2003 que assumiu a escola de samba após a a morte do fundador, Eduardo Basílio, pai de Angelina.

Angelina conta que não foi fácil assumir o posto do pai. “Tinha gente que não acreditava que uma mulher poderia comandar a Rosas”. Com garra e mostrando serviço ela fez da escola uma das mais fortes do Carnaval paulistano. “Temos sete campeonatos! Quero buscar o oitavo!” diz com entusiasmo na sede da Rosas de Ouro.

A nova paixão de Angelina atende pelo nome de “Viva Hayastan!”. A Rosas de Ouro escolheu homenagear a Armênia (Hayastan, em armênio) em 2019. O país ao sul do Cáucaso não tem saída mas tem uma rica história com invasões o que levou a muitos armênios a imigrar. Muitos deles chegaram ao Brasil e aqui criaram uma colônia unida e para manter as tradições culturais daquele país.

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Para conhecer mais e melhor sobre a Armênia, Angelina e um grupo da comissão de Carnaval da Rosas de Ouro passaram oito dias visitando a capital Yerevan, outras cidades, o Monte Ararat (“Lindo e impressionante!”), e muito da cultura daquele país que a Rosas vai levar para o Sambódromo do Anhembi na noite do dia 2/3, por volta das 2h50. Ela conta, folheando material que trouxe da viagem, “fomos muito bem tratados e nos apaixonamos pela Armênia e vamos levar esse amor para a avenida!”. Destaca que a escola terá uma ala formada por armênios e descendentes que participaram de todos os ensaios. Faz questão de informar que “vamos mostrar no desfile o que a Armênia tem de bonito e belo, incluindo a relação de amizade com os brasileiros”. A Rosas de Ouro vai falar das referências que temos aqui no Brasil e em São Paulo. “As igrejas construídas por eles, o metrô Armênia do metrô, da gastronomia…” Mas ela não adianta nenhum segredo do desfile.

Para Angelina o Carnaval paulistano não deve nada a ninguém. “Anos atrás, ficávamos atrás do Rio, mas isso é passado! Fazemos um Carnaval de qualidade, profissional e criativo! Apesar das dificuldades que temos para levar para a avenida 2.400 integrantes em 19 alas e carros alegóricos”. A escola de samba recebeu R$ 800 mil da prefeitura e o desfile deste ano, Angelina avalia que vai custar “R$ 3,6 milhões”. Diz que a conta fecha por conta dos apoios “de parceiros de anos como a Mercedes-Benz, Besni e outras empresas e dos ensaios e shows que a quadra promove em sua quadra.

Para ela, o desfile de São Paulo está um “pouco engessado, com muitas regras e tem desfile que parece mais uma parada militar!”. Entre suas sugestões, “Deveríamos premiar as cinco primeiras e não apenas uma. Seria uma forma de valorizar as escolas e sua comunidade!”. Mas enquanto suas propostas não são aceitas, ela faz questão de que a Rosas de Ouro tenha um Carnaval voltado à sua comunidade, sem deixar de lado suas raízes. A escola tem ensaios nas quartas e sextas, a partir das 21h.

Desde 2009, a Rosas tem uma ala de inclusão para as pessoas com algum tipo de deficiência, promove festas e eventos para comunidade em datas especiais como o Dia das Crianças e Natal.

Para Angelina os blocos carnavalescos “cresceram muito nos últimos anos e isso é bom para quem gosta de Carnaval e de samba! Mas acho que é uma fase!”, diz. Além do amor pela Rosas de Ouro, Angelina diz ser apaixonada pela Vila Romana. “Quando morava na Vila Brasilândia, meu sonho de consumo era um dia poder morar na Romana. E consegui! Morei em diversos endereços: na Rua Tito, na Sepetiba, na Clélia entre outros. Meu centro espírita é na Francisco Alves, vou na Padaria Natalina e na Merci… Faço tudo na região, que eu amo!”, diz.

Para comandar uma grande escola de samba, Angelina, diz que “conta com sua descendência italiana e agora armênia de coração, muito amor, dedicação, suavidade e energia quando é preciso para fazer a maior festa brasileira!” (GA)

Rosas de Ouro, Rua Cel. Euclides Machado, 1.066, Freguesia do Ó, telefones 3857-4697 e 95437-4137 (Whats), wwww.sociedaderosasdeouro.com.br

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