Marcado pelo sucesso

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Franquia de loja de marca aberta recentemente na Lapa tem por trás um empreendedor visionário, que está na contramão da economia brasileira, faturando alto e aditivando sonhos alheios.

 

Jeferson Santos, proprietário da marca Egosss, parece ser uma daquelas pessoas predestinadas ao sucesso, que já nasceu comercializando coisas e multiplicando ganhos. Hoje, aos 36 anos de idade, traz na bagagem muita história de trabalho duro e empreendedorismo. Nascido no extremo da Zona Leste, ele conta que aos sete anos trabalhava numa feira, cuidando e vendendo as roupas que sua mãe confeccionava. “Quando eu era criança, minha mãe tinha uma pequena confecção e eu tomava conta sozinho. Depois, já aos 17 anos, abri meu próprio negócio. Era uma locadora de vídeo. Tive mais tarde uma pizzaria e oito lojas de celular. Cheguei a ser o 2º maior parceiro da TIM Brasil, viajava muito naquela época, dava palestras, treinamentos, era um parceiro daquela empresa e fazia grandes números”, diz o empresário.

egosss Jeferson12-DL-FEV-TGHá três anos, Jeferson, que já tinha mudado seu foco para uma loja de roupas multimarcas, percebeu que boa parte de sua clientela buscava itens trazidos dos Estados Unidos, justamente aqueles usados por rappers americanos. “Minha loja, que já tinha o nome de Egosss, ficava em Guaianazes, local onde nasceu o funk ostentação. Nomes como MC Daleste (morto em 2013), MC Nego Blue e MC Gui sairam de lá. Esses caras iam na minha loja e compravam as roupas que eu trazia pra fazer shows. Sabe, brasileiro gosta de falar que tem roupa americana. E elas eram valorizadas só porque eram americanas. Os MCs iam lá pra comprar e também pra fazer rima e a minha marca começou a aparecer em TVs, jornais… O problema é que as roupas que eu trazia não tinham nada de mais. Não eram feitas exclusivamente para esse público. Foi então que comecei a pensar a confeccionar. Pesquisei, assisti a videoclips internacionais. Entendi que o que eles buscavam era ostentação.. Deixei o nome da marca, desenvolvi peças, o novo logo e vesti vários artistas já bem colocados na mídia e isso me deu muita visibilidade. Do funk, abrimos para os artistas do pagode e para os jogadores de futebol. Hoje, a Egosss veste muita gente famosa e tem uma legião de fãs”, conta.

Faturando atualmente cerca de R$ 500 a 600 mil mensais, segundo Jeferson, a marca só não fatura mais porque ainda não consegue atender ao grande número de consumidores. Por conta disso, a prioridade do empresário é crescer, aumentar a produção e abrir mais lojas próprias, franquias, revendas exclusivas e multimarcas. “Atualmente, temos duas lojas próprias e quatro franqueadas (uma das quais aberta em 18 de dezembro no Shopping Center Lapa, aliás, a primeira franquia de São Paulo). Os produtos da Egosss também estão colocados em muitas lojas multimarcas por todo o Brasil, juntamente com outras tantas marcas de luxo, como Calvin Klein, Empório Armani, entre outras.egosss Jeferson01-DL-FEV-TG

As peças da Egosss não são baratas, o que faz parte da estratégia de Jeferson para seu público. “Brasileiro gosta de falar que pagou caro por algo, gosta de ostentar que pode pagar. Então, tudo o que é vendido barato não tem real valor para minha clientela. Tanto é que os itens mais em conta não vendem. Eu já fiz essa experiência, coloquei uma camiseta para vender por R$ 50,00 e encalhou… Meu público gosta de comprar produtos caros. A moda que faço tem valor agregado, é exclusiva e desenvolvida especialmente para esse tipo específico de público”, revela.

A marca também desenvolve um trabalho social importante com as presidiárias da Penitenciária Feminina de Santana, em São Paulo. Jeferson conta que o diretor do presídio, após vê-lo em uma matéria de um programa de empreendedorismo da Rede Record, fez contato com ele para propor a parceria. A obrigação de Jeferson, desde então, é ensinar o ofício de costureira às detentas e absorvê-las como mão de obra nas duas fábricas que ficam ao redor do presídio. Pelo trabalho, elas recebem um salário, depositado em conta, e também conseguem redução de sua pena (a cada três dias trabalhados, conseguem um dia a menos na prisão). Em contrapartida, Jeferson, ao absorver a mão de obra nas fábricas, consegue produzir parte das peças da Egosss. “Muitas marcas foram convidadas pelo Governo do Estado para realizar a parceria, mas nenhuma delas quis associar seu nome a um presídio. Para mim, foi um verdadeiro presente dos céus, com o qual sou pago pelo agradecimento sincero das detentas, que verdadeiramente reconhecem o valor do que aprendem e realizam. Nós ensinamos as presidiárias a terem uma profissão e a serem inseridas na sociedade novamente”, declara.

E como Jeferson não para, abriu recentemente uma produtora e já trouxe uma atração internacional ao país no ano passado, o Kid Ink. O empresário conta que a marca já está estudando trazer o cantor Cris Brown ainda este ano para o Brasil, mas que o show ainda não está 100% acertado.

No mais, todo o trabalho de Jeferson é ótimo para inspirar nós, brasileiros, já tão cansados de notícias ruins. Sua automotivação e amor ao que faz é transparente e pode motivar muitas pessoas a seguirem seu exemplo. (ND)

 

www.egosssbaoficial.com.br

 

Fotos: Tiago Gonçalves

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