Um “templo educacional” de artes marciais

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Espaço Kyto

Em suas aulas, os alunos aprendem que ataque e defesa não são somente uma questão física, mas de ética e gratidão.

A primeira reação que se tem ao entrar nas dependências do Kyto é o de ficar em silêncio. É que o espaço lembra um templo budista, com prevalência da cor marrom. Na parte de baixo, é no extenso tatame onde alunos de todas as idades podem praticar judô, aikido, jiu-jítsu e karate. Na parte de cima há uma sala dedicada à prática de yoga. O local é de propriedade do casal Sumio Tsujimo e Vera Lucia Sugai, na atividade há mais de 30 anos. Não seria errado dizer que os dois são educadores das artes marciais. Sumio é pedagogo, educador físico e professor de judô. Vera é psicóloga, faixa preta de judô e aikido e professora de yoga. Como é de praxe, os dois aplicam o conjunto de técnicas de defesa pessoal para trabalhar a parte física.

Mas Sumio ouvia os relatos de pais, que iam ao local em busca de uma atividade para ajudar na educação dos filhos. “O pessoal vem e diz: ‘meu filho é muito indisciplinado, é muito chorão, não é sociável’. Fomos estudando caso a caso. E os pais sabem que as artes marciais encaminham para um crescimento pessoal”. Da sua parte, Vera aprofundou os conhecimentos ao realizar pesquisa sobre o assunto para a produção do livro O Caminho do Guerreiro (Editora Gente), que retrata os objetivos maiores das artes marciais, além do equilíbrio físico. “Falo sobre a propriedade que as artes marciais têm de promover o crescimento pessoal, o fortalecimento do caráter e a questão ética”, diz Vera. Desde que ela começou os estudos, houve uma transformação da maneira de conduzir a aula.

O professor detalha que todas as artes marciais utilizam inúmeras técnicas de defesa. Nas sua prática, particularmente no judô, ele reduziu a quantidade de técnicas para dar mais importância aos conteúdos filosóficos. “Na aula, ele fica atento ao comportamento da criança e interfere. As crianças param para refletir. Ele ouve histórias que as crianças trazem de casa, fazendo com que elas percebam o que estão fazendo. Tem até meditação”, exemplifica Vera que auxilia na atividade. Outro exemplo é o de um embate entre duas crianças de diferentes idades. “Ressalto que o maior é mais experiente, mas tem de dar oportunidade e tem de cuidar. Por outro lado, o menor está dando oportunidade de o outro aprimorar e está tendo oportunidade de aprender. Em um só ato, temos a questão da hierarquia, do respeito e da gratidão”, diz Sumio. Vera conta que o resulta já está refletindo no comportamento em casa, não só disciplinar. O casal promove palestras, cuja agenda pode ser acompanhada pelo site.

Espaço Kyto
Rua Paulo Franco, 105
Telefone 4561-8378
www.kyto.com.br

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