O livro, editado pela Imprensa Oficial, narra a trajetória da atriz desde a pacata cidade serrana mineira de Itanhandu, no ano de 1928, até os dias mais recentes.
O autor, Nelson Natalino, manteve a cronologia da vida bem vivida de Vida Alves, uma das pioneiras da TV. A televisão brasileira nasceu no bairro do Sumaré em 18 de setembro de 1950, graças à visão empreendedora de Assis Chateaubriand, com a TV Tupi. Foi ele que trouxe dos Estados Unidos todo o equipamento para a transmissão como também 20 aparelhos de TV que foram espalhados pela cidade para que o público pudesse assistir às primeiras transmissões, que eram ao vivo.
“Este livro foi adaptado de um roteiro para um filme sobre Vida Alves que fiz anos atrás e acabou não se viabilizando. Nele, conto a carreira dessa mulher fantástica, que faz parte da TV brasileira desde o início. É importante que essa história fosse contada com Vida Alves viva e atuante”, diz o autor que também faz parte da diretoria da Pró-TV, Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira, associação fundada e presidida por Vida Alves.
“Naquele tempo, fazíamos uma TV muito diferente da que é feita hoje, evidentemente. Mas sempre nos preocupamos em oferecer ao público uma programação de qualidade”, conta a biografada. “A Tupi promovia, aos domingos, consertos de música erudita no Teatro Municipal para o público”, lembra. Hoje, “a qualidade do que a TV apresenta é muito discutível e só assisto programas como Roda Vida, jornalismo e a novela das nove”, conclui.
Vida Alves, em sua carreira de rádio, teatro e TV, fez muitos papéis e escreveu diversos programas. O beijo romântico que trocou com Walter Foster na telenovela “Sua Vida Me Pertence” causou o maior furor na época. “Foi uma bobagem e não acreditávamos que isso iria ter repercussão. Nem o fotógrafo estava presente para registrar a cena”, narra sorrindo Vida Alves.
O livro nos traz uma atriz que também participou ativamente da criação da TV. Ela criou programas femininos, levou a entrevista e o entretenimento através da TV Tupi, Excelsior, Record e Gazeta. Dinâmica, ainda se mantém ativa e agora busca erguer o Museu da TV. Enquanto o museu não sai do papel, ela mantém em sua casa, no Sumaré, equipamentos, documentos e fotografias daquela TV que não deve ser esquecida.