Fantasia levada|a sério

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Gabrielle e uma de suas criações

Que criança nunca quis se vestir do seu super-herói favorito? Saiba que essa vontade ainda continua em muitos jovens e adultos. Eles são os cosplayers. A ideia é se fantasiar e agir como determinado personagem de filme, desenho ou videogame, e começou nos Estados Unidos na década de 1970.
Aqui no Brasil, é o caso de Gabrielle Valério, que divide seu tempo entre ser desenvolvedora de software e produzir fantasias extremamente elaboradas de seus personagens preferidos. Ela começou a gostar depois que um amigo a introduziu nesse mundo. “Ele me convidou para um evento que na época era o maior do Brasil, o Animecon. Ele foi de cosplay. E acabei conhecendo várias pessoas por ajudá-lo durante o evento. Achei legal, divertido e quis tentar fazer um para ver se gostava. Fiz a personagem de um jogo que eu gostava e adorei, me diverti muito”, ela conta.
Hoje, Gabrielle já tem cerca de 11 fantasias de personagens de desenhos e jogos orientais. Ela já conhecia esse universo desde pequena, influenciada pelos irmãos, fãs de séries como Cavaleiros do Zodíaco e Jaspion.
As peças dão bastante trabalho para fazer, e pode levar até seis meses para ficar pronta. Ela tem ajuda de sua tia, que sabe costurar, mas o resto é feito com muita criatividade e bom humor. “Geralmente pego personagens que gosto e que com o meu tipo físico ficaria legal. Primeiro escolho a personagem e vejo o que precisa. Eu tento procurar várias imagens de referências e vou atrás de tecidos que tenham a cor aproximada, um caimento parecido”, diz.
Tanta dedicação já rendeu muitos frutos. É comum que nesses eventos de cosplay haja competições onde eles não só mostram o figurino como têm que montar uma cena do personagem. “Com quase todas as roupas eu ganhei algum concurso. Um importante foi o WCS aqui do Brasil. E eu ganhei a final brasileira”, ela comemora.
Graças a esse título, ela foi concorrer ao prêmio mundial em Nagoya, no Japão, com 15 duplas de diferentes países, onde ficou em segundo lugar. A cidade leva o concurso tão a sério que até o prefeito se fantasia para a ocasião. “Eles valorizam muito a cultura deles. Quando eles veem uma personagem que eles gostam, começam a gritar, pedem para tirar foto”, ela relembra.

gabriellecv@hotmail.com

Assista a entrevista em vídeo na DaquiTV

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