Um caminho e|muitas histórias

Hoje ela é consultora de emprego e também trabalha com teatro e danças circulares para treinamento de empresas. Mas um dia ela foi uma peregrina no Caminho de Santiago de Compostela. Andrea Leoncini, assistente social de formação, levou 36 dias para percorrer de Roncesvalles, na França, até Santiago de Compostela, na Espanha. “Dá uma média de 20 quilômetros por dia. Algumas etapas caminhei menos, por volta de 12 quilômetros, e teve uma que caminhei uns 40 quilômetros… nesse dia eu cheguei e era hora de uma missa de Corpus Christi. Eu nem conseguia levantar para comungar”, conta Andrea.
“O caminho não tem lugar exato de início mas o local de fim proposto é Sinesterre, que é o fim da terra, uma cidade próxima a Santiago, onde o peregrino é convidado a se desfazer de tudo que levou, então ele deixa sua bagagem, queima suas roupas e faz um ritual de desapego total”, explica ela.
Mas que motivos a levaram a andar tanto? Andrea explica: “Na época eu participava muito da igreja e convivia com pessoas que buscavam alguma coisa diferente, uma espiritualidade forte, a busca de autoconhecimento”. E assim, com apenas 500 dólares, uma mochila, muita disposição e apenas uma bolha no pé ao longo da jornada, ela sintetiza o que essa caminhada lhe trouxe de bom: “Meu caminho foi de muita felicidade, de encontrar pessoas legais, de ter uma experiência bonita. Aprendi a andar, e andar, para mim, é a disponibilidade de ir ao encontro. Aprendi que cada encontro tem uma mensagem, uma contribuição, aí está o encontro do místico, da espiritualidade. Aprendi a humanizar para poder chegar perto do sagrado”.
Ela diz que existem vários albergues pelo caminho. O ideal é fazê-lo entre março e abril ou entre setembro e outubro, que são as épocas mais procuradas, embora chova. “Recomendo para qualquer idade, qualquer perfil, porque o caminho não tem limites, o que ele pede é um bom planejamento”.