A arte de curtir a vida

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Sônia, Hamilton e o amigo Celsinho

Hamilton Schiavetti é músico, boêmio e apaixonado pela vida noturna, e da música que vem associada a ela. Em 1979, quando tinha comércio de automóveis, veio uma crise econômica no país e ele resolveu transformar seu espaço numa choperia e a partir daí tudo mudou. Por mais de 20 anos, ele e a esposa Sônia foram donos de casas noturnas, como Churrascaria Fort Arizona, Sandália de Prata.
Depois desse tempo, ele resolveu ter uma empresa que funcionasse só de segunda a sexta, para ficar com o final de semana folgado, e surgiu a Renew Print, que vende produtos ligados à informática. “Mas ficou um vazio na gente, de quem sempre reuniu muita gente, muita festa, festa, festa… e eu tinha esse salão que era um galpão, com teto cheio de ferragens, chão de cimento batido e eu falei ‘vou fazer uma cozinha pequena’, mas esse foi o tiro de largada”, conta Hamilton. Depois da cozinha, ele resolveu fazer um bar. “Como gosto muito de marcenaria, tudo aqui, a mesa, o balcão da cozinha, a coifa, os bancos, fui eu que fiz”. Antes mesmo de acabar a obra, ele começou a fazer festas e todo mundo gostou. “Ficou um lugar aconchegante, não é comercial, não é um bar, pode-se fumar à vontade, e não tem caixa registradora, aqui dinheiro não funciona!”, diverte-se o proprietário do bar mais concorrido da região – só para amigos e convidados! É um espaço para receber amigos, um bar profissional: churrasqueira, fogão industrial, sistema de exaustão, sistema de som, projetor.
“Funciona assim: eu mando e-mail, ou ligo, pro pessoal que já está acostumado a vir aqui. Cada um é obrigado a trazer sua bebida. A Sônia é excelente cozinheira e de vez em quando fazemos jantar também”, vai explicando.
Quem costuma frequentar as reuniões do Hamilton é a turma do Cultura de Boteco, um movimento fundado pelo sambista Zé Ketti, ao lado de outros músicos e artistas, e coordenado, hoje, por Celsinho da Cuíca.
“O pessoal do Cultura foi um dos primeiros a participar aqui das reuniões. E isso me dá uma satisfação enorme, o retorno é gratificante, porque são muitos amigos e o fato de não ser cobrado nada dá um clima completamente diferente”, diz Hamilton. Como foi empresário de muitos nomes conhecidos de artistas e músicos, ele sempre convida esse pessoal para suas festas, “sem cachê, é claro”, como ele gosta de dizer. “O pessoal vai chegando por puro prazer, para tocar, e fazemos uma roda samba, com músicos, cantores, é uma delícia”, finaliza.

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