As crianças portadoras de deficiência visual, quando chegam à fase de alfabetização, não encontram com facilidade escolas (públicas e privadas) capacitadas a receber este jovem e suprir suas necessidades.
Para a publicitária Vera Lúcia Zednik, quando chegou o momento de alfabetizar a filha Marcela, que nasceu em 1990 com um problema genético de lesão na retina e nunca enxergou, não encontrou escolas adaptadas para sua filha.
Ela cursou pedagogia e fez especialização em deficiência visual. Com o apoio do marido Antonio Carlos, criou em 2004 o Projeto Acesso. Mas desde 2000 já lidava com o tema. Hoje, a ONG busca a titulação como entidade de utilidade pública. Com isso, ela espera poder receber verbas públicas para ampliar o trabalho.
A sede é a antiga residência deixada pelos sogros Josip e Pierina Zednik. Os cômodos da casa foram transformados em biblioteca, salas de aulas, de arte e de música entre outras atividades regulares para profissionais, alunos e seus familiares. Tem computadores adaptados, aulas de braile e outros cursos que resultam em capacitação.
O objetivo é integrar a escolarização dos alunos deficientes visuais no projeto pedagógico da escola, coordenar ações de educação continuada e incluir esses alunos. Mantém professores capacitados pelo projeto para dar aulas de química, física, matemática e inglês. Alguns deles são voluntários. Entre eles está a Marcela, que cursa faculdade de música e além de ensinar outros alunos, rege um coral de mães e alunos que faz apresentações esporádicas. Há também uma aluna que faz massagens de shiatsu. “Basta agendar”, diz Vera.
O Acesso se mantém graças aos associados-contribuintes e também aos eventos que promove durante o ano, como a festa julina e o bazar de Natal. Durante o ano, tem um bazar, aberto de segunda a sexta, das 14 às 17h. Nele, são comercializados objetos, móveis e as doações recebidas. Aliás, o projeto aceita doação de qualquer objeto em bom estado de conservação. E também precisa de voluntários. “Mas é preciso saber o que o voluntário quer fazer. Não pode ficar morrendo de dó. Essas crianças são muito felizes e precisamos eliminar estigmas e preconceitos”, diz Vera, que convida a comunidade para conhecer e colaborar com o projeto.
Projeto Acesso
Rua Salles Guerra, 147, Vila Romana
Telefone 3803-9487
www.projetoacesso.org.br