O lado emocional da quarentena

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A pandemia da Covid-19 alterou nossas vidas. Aqueles que estão em casa trabalhando ou por ser grupo de risco, o isolamento está afetando nosso emocional. O psicólogo Ricardo Cersósimo comenta os efeitos deste período e dá dicas para manter a cabeça em ordem.

Atendendo através de aplicativos, Dr. Ricardo, lembra que “todos estamos nos adaptando para continuar a vida dentro do possível, inclusive eu”. E comenta sobre os cuidados que as pessoas devem ter. “As pessoas com doenças crônicas – diabetes, hipertensão, cardiopatas — devem continuar a tomar seus remédios e manter o controle da saúde. Exercitar-se, se possível, ajuda neste momento”.

O profissional tem consultório na Lapa desde 2016 e atende em mais dois endereços na zona Sul. Com a pandemia, está atendendo remotamente. “Não é o ideal mas é uma forma de ajudar as pessoas que atendo sem interrupções”. Ele trabalha com o público adolescente e adultos.

A reclamação mais comum que o dr. Ricardo cita, é “que estão cansados de ficar em isolamento, gostariam de estar mais próximos dos amigos e familiares e das atividades comuns que cada um tinha, até então”.

Por outro lado, ficar em casa com a família, seja ela que tamanho tenha, “também pode ser um fator de estresse. Antes, muita gente dizia que gostaria de ter mais tempo junto com a família, com os filhos, mas isso não era possível por conta do trabalho. Agora, com tempo e juntos, essa convivência pode gerar um desgaste entre as pessoas.” Ele sugere que “se estabeleça uma rotina pessoal e do grupo. E não precisa ser maçante. Cada dia pode ser diferente. É preciso ser resiliente, equilibrado e flexível. Dedicar algum tempo do dia para olhar para si mesmo, é importante. Evitar ficar na cama o tempo todo, manter a higiene pessoal, dormir bem, evitar comer demais, optar por alimentos saudáveis, diminuir o tempo nas redes sociais, se entreter com atividades que deem prazer, como um livro, ouvir uma música, buscar novas habilidades como aprender a cozinhar ou aprender novas receitas, por exemplo”.

O certo é que adultos, crianças, jovens e idosos também não estão felizes em ficar ‘presos’ em casa. “Os pais podem e devem criar momentos no dia onde a família se reúne para interagir ou fazer uma atividade como um jogo de tabuleiro. Quem precisa trabalhar deve ter seu momento e espaço. Os pais podem acompanhar os estudos dos filhos. As pessoas precisam ter a perspectiva e o equilíbrio de que a pandemia vai passar e vão retomar a vida, que provavelmente será diferente”, lembra.

O isolamento social criou uma situação que ninguém imaginou um dia pudesse existir. O dr. Ricardo adverte para se evitar os excessos, na comida, na bebida, na drogas (o ideal é não usar!) e também da dependência tecnológica, que aumentou neste período de reclusão social. “O momento é denso. E o diálogo é útil para diminuir o estresse entre os integrantes. É uma forma de evitar a violência, que tem crescido entre casais, filhos e até animais. Praticar meditação, relaxamento, exercícios físicos e de respiração, voltar-se para suas crenças, podem melhorar nosso comportamento e ajuda a termos uma atitude positiva com relação ao presente e ao futuro”, comenta.

Para ele, “as pessoas otimistas e positivas aceitam melhor a realidade. São pessoas que acreditam na ciência, estão se adaptando e acreditam que vão sair melhor da quarentena. Claro que todos têm preocupação com o futuro do emprego ou da empresa que comanda, da queda dos ganhos financeiros e da saúde que neste momento é o mais importante”. (GA)

Ricardo Cersósimo, psicólogo, Telefone 94011-7580 e 3865-3093, www.ricardocersosimopsicologo.com.br

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