Vítima de um acidente de trabalho em 2004, Renato Nunes da Cruz, perdeu parte da perna. Não desanimou e após a recuperação se tornou um atleta e ganhou a prata nas Paralimpíadas Rio 2016.
Este paulistano morador da Vila Leopoldina, hoje com 47 anos, não se deixou abater e encontrou no esporte sua razão de viver.
Renato conta que trabalhava na oficina de manutenção do Metrô no Jabaquara. “Operava um guindaste e transportava equipamento de um lugar para outro e não vi que o guindaste deslocou uma peça com 400 quilos que caiu sobre a minha perna esquerda”.
O grave acidente levou os médicos a fazer a amputação abaixo do joelho da perna esquerda. “Ciente do que tinha acontecido comigo, nunca desanimei e agradeci a Deus por continuar vivo e pensei em minha família”.
O apoio da família foi fundamental na recuperação de Renato. “Minha família e principalmente minha esposa Sandra, os meus filhos João Guilherme e Anna Carolina e meu sobrinho Pedro Vinicius que faz parte da família”, destaca.
A lenta recuperação teve muita fisioterapia, apoio psicológico e determinação. Conseguiu uma prótese e abandonou as muletas que utilizou inicialmente. Voltou ao trabalho no metrô e conta que os colegas o receberam bem.
Em 2008, Renato lembra que estava gordo e fazia pouca atividade física. Começou a fazer caminhada por indicação médica. Um um colega que corria provas de ruas me convidou para correr. “Achava que seria impossível, mas aceitei o desafio e comecei a participar de provas de ruas. Me apaixonei pela corrida e fui aos poucos melhorando meus tempos”.
A carreira esportiva mudou no dia que estava no complexo esportivo do Ibirapuera para ver a Maurren Maggi, ouro em salto a distância em Pequim 2008. “Um pessoal do Sesi me viu na arquibancada e perguntou se eu corria. Quando disse sim eles me convidaram para fazer um teste em Santo André. Fui e passei a ser atleta paralímpico profissional”, resume.
Como atleta têm treinos físicos e de pista diários e exigem muita determinação. “Meu contrato com o Sesi é renovado anualmente de acordo com o meu desempenho”. O esporte o levou a participar de provas no país e no exterior.
Para conseguir índice para participar da Paralímpiada do Rio 2016, Renato tirou um ano de licença no Metrô e se dedicou exclusivamente aos treinamentos. “Participar do evento foi emocionante!”
O Brasil chegou a final da 4x100m rasos e ficou em 3º (bronze) e com a desclassificação dos Estados Unidos, ficaram com a prata. Renato subiu ao pódio com Yohansson Nascimento, Alan Fonteles e Petrúcio Ferreira.
Renato pede respeito às pessoas com relação aos portadores de deficiência. “Não somos coitadinhos”. (GA)
Instagram — @atletarenatocruz