Novas formas de aprender|…e de ensinar

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O diretor acadêmico do Colégio Módulo, Wagner Sanchez, é adepto do uso da tecnologia para ensinar. 

Também pudera, formado em psicopedagogia com especialização em Educação pela PUC-SP, ele também é bacharel em Análise de Sistemas, especialista em Engenharia de Software, mestre em Sistemas de Informação e doutorando em Engenharia Biomédica. “Minha tese de doutorado será desenvolver um aplicativo para dispositivo móvel que vai auxiliar crianças com TDHA – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade a aprenderem mais facilmente matemática”. Em “Novas Formas de Aprender”, palestra realizada em junho no próprio Módulo, ele disse que usar a tecnologia em sala de aula é estar alinhado com a nova geração. “Se vou dar uma aula de geografia, por que não posso abrir o Google Earth no meu telão?” Afirmou ainda que o professor de hoje não é mais detentor do conhecimento, mas um facilitador das informações que, muitas vezes, chegam antes ao aluno. Na entrevista, Wagner explica o que são o PBL e GBL, metodologias de ensino que aplica em aula.

O que o professor deve fazer para facilitar o aprendizado?
A educação tem de estar alinhada com a geração que está recebendo o conhecimento. A própria história da educação mostra isso. Antes da Revolução Industrial, tínhamos pequenos grupos, uma pessoa ao lado da outra fazendo tarefa repetitiva. O que fizemos com as nossas escolas? A mesma coisa. Hoje temos ferramentas digitais, temos de tentar trazer isso para o ambiente escolar. O jovem sai da casa dele altamente conectado. Dá para propiciar uma aula mais interativa, mais digital. Se vou dar uma aula de geografia, por que não posso abrir o Google Earth no meu telão e mostrar através dele que a geografia é fácil de aprender? No Módulo, os alunos do primeiro ano do Ensino Médio recebem o iPad e dentro dele tem as apostilas digitalizadas, ele não tem mais o papel, e isso fala muito a língua do jovem. 

Na palestra “Novas Formas de Aprender”, para pais, estudantes, professores e público externo, o senhor falou sobre dois métodos de ensino: PBL (Project Based Learning) e GBL (Game Based Learning). O que são esse métodos?
O PBL é um aprendizado baseado em projeto. Exemplo: vou ensinar DNA para crianças de quinto e sexto anos. É muito abstrato. Então crio um projeto, no laboratório de ciência, onde consigo extrair o DNA do morango. Eles vão pegar a fruta, macetar o morango, misturar essa massa em álcool e ver a separação do DNA do morango. Com isso ele vai ver de forma concreta, integrada em um projeto a definição do que é DNA. No rostinho da criança aparece uma luz. ‘Nossa! Aprendi! Estou vendo o DNA de um morango.’ Isso é PBL, aprendizado baseado em projeto.

E o GBL?
É o aprendizado baseado em game. Por exemplo, ensinei as crianças do segundo ano do Fundamenta l I a poupar. Criamos uma competição como se fosse um banco imobiliário, onde eles rodavam uma roleta e caíam nas casinhas. O objetivo não era chegar primeiro nas casinhas e sim com mais dinheiro. Conforme ele vai jogando, vai aprendendo os conceitos de poupar. Sempre quando damos esse caráter de competição para os alunos, fica lúdico. Eles absorvem com mais eficiência. Isso pode ser utilizado em qualquer tipo de aprendizado: história, português, matemática. 

O professor será substituído pela tecnologia? Teremos um robô em aula?
Eu disse na palestra que nós encontramos e temos de aplicar uma nova vibe da educação. O que é a vibe do aprendizado, da educação? V, de vibração; I, de importância; B, de belo, de bonito; e E, de entretenimento. Então, se conseguirmos em nossas aulas trabalhar essa vibe, vamos conseguir atenção deles; conseguindo atenção, o aprendizado vai fluir. O professor hoje não é mais detentor do conhecimento e não pode se considerar como tal. Ele tem de ser um facilitador, tem de viabilizar o conhecimento. O conhecimento está aí. Eu tenho que facilitar o aprendizado para o aluno, despertar seu interesse, aguçar a curiosidade dele para, juntos, enriquecer ainda mais o aprendizado. Agora chegar lá e dizer que só eu sei, vocês não sabem nada, é uma posição que já não funciona mais na escola. Vamos supor que na aula de história o professor cita quantas Copas do Mundo não aconteceram por causa das guerras. Pode ser que tenha algum aluno lá de 14 anos que já estudou muito o assunto. Aí que entra o facilitador, o professor pode pedir para o aluno falar o que ele pesquisou sobre Copa do Mundo. Claro que o professor vai saber mais de história que o aluno, mas o aluno pode complementar (a informação). Aí o aprendizado flui.

Como despertar mais interesse do professor?
Primeiro que o professor tem de ter a essência de ensinar, ou está na profissão errada. E se ele tem essa paixão, ele precisa sair da zona de conforto e procurar novas formas de ensinar. (SV)

Colégio Módulo
Rua Tito, 1.175
Telefone 3670-7070
www.colegiomodulo.com.br

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