Cenário vintage

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Projeto do arquiteto Samoel Roder, essa casa da City Lapa guarda recordações do começo do século 20. 

Tema de estudos de alunos de arquitetura da UNICAMP e da USP, que faz parte do acervo de obras selecionadas pela FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP), essa casa construída em 1929 mescla luxo e solidez, própria dos tempos de outrora. Com 650 m² de área total e aproximadamente 380 m² de área construída, é circundada por jardins, com frondosas árvores, algumas das quais plantadas pela atual proprietária, Marília Teixeira Moraes, segunda dona do imóvel.
Marília conta que a casa chama a atenção de estudiosos por ser uma das primeiras casas modernistas construídas em São Paulo. Sua história nos remete ao começo do século passado, época em que a Cia. City, juntamente com a prefeitura, traçou as bases para os bairros “city”, ou de zona 1, como são hoje o Jardim América, Pacaembu, Alto de Pinheiros e Alto da Lapa.
“A casa é uma verdadeira fortaleza e não possui rachaduras, aos 83 anos. Ela foi feita em concreto e ferro, é obra do arquiteto judeu-russo Samoel Roder, autor também do Templo Israelita, na Rua Martinho Prado, centro da cidade”, explica.Marília conta ainda que comprou a casa em 1986 e, de lá para cá, para seguir o estilo dos anos de 1920, a decorou com móveis antigos, alguns dos quais de artistas famosos, como uma autêntica poltrona Mackintosh colocada no estar, além das duplas de castiçais ingleses e potes japoneses, cuja data de fabricação já se perdeu no tempo, e uma escrivaninha de madeira de mais de 200 anos, “verdadeiros achados”, diz a proprietária.
Todo esse cenário vintage, rodeado de jardins, inspirou o cineasta brasileiro Luiz Alberto Pereira, que fez os longas-metragens “Tapete Vermelho” (2005), “Hans Staden” (1999) e “O efeito ilha” (1994). E aqui filmou  “As Doze Estrelas”, que estreou em fevereiro de 2011. Recentemente filmaram o curta “Miolo de Pão”, que concorreu em Cannes.
A dona da casa diz que é muito feliz na casa onde viveu 26 dos seus 73 anos, mas pretende vendê-la. “Ela ficou grande demais.  Criei meus três filhos aqui e agora chegou a hora de deixá-la para que outras pessoas a apreciem como eu”. 

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