A batida que faz bem

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Paulo (D) ensinando um dos alunos

Ensinar jovens com deficiências neurológicas a tocar bateria. Esse é o objetivo do Projeto Alma de Batera, que acontece às quartas-feiras no auditório da Biblioteca Mario Schemberg, na Lapa, desde 2010. Quem idealizou o curso foi Paul Lafontaine, educador e baterista que já tocou por muitos anos pela noite da cidade.
Tudo começou quando Paul foi convidado para fazer um trabalho voluntário com 4 alunos de uma instituição que atendia jovens com deficiência. “No começo, não sabia muito bem como fazer, mas aos poucos fui entendendo que cada um deles tem seu tempo de aprendizado e a coisa foi crescendo até chegar no Alma de Batera”.
As aulas acontecem sempre às quartas-feiras, em duas sessões, às 17 e às 19 horas. Atualmente, são 6 alunos por turno e o curso é gratuito. O projeto se mantém graças ao convênio que o Alma de Batera mantêm com a Secretaria Municipal de Cultura e por essa razão acontece na Biblioteca Mario Schemberg.
“Pretendo que eles aprendam a tocar bateria como qualquer outro aluno”, explica Paul. “Levo em consideração o tempo e as limitações de cada um deles”. As aulas são individuais. Depois dos exercícios práticos cada um dos alunos pode tocar a bateria como bem desejar.
Quem assiste às aulas não deixa de notar a alegria e a determinação de cada baterista do projeto quando chega sua vez de assumir a bateria. Elisa, mãe de William, que está com as baquetas a postos a espera de ser chamado para tocar, conta que o filho “não parava quieto para nada. Aqui, ele consegue e  adora tocar bateria!”.
Paul sempre propõe exercícios variados para melhorar a coordenação, como controlar bexigas com as baquetas de uma forma lúdica que diverte ao mesmo tempo em que ensina.
 A cada semana, Paul convida algum amigo baterista para participar das aulas. Um deles que esteve por aqui foi Dudu Braga, que é deficiente visual e também baterista e é filho do cantor Roberto Carlos. Na semana em que a reportagem foi feita, Dave Casali, baterista da Banda Cine era o convidado.
Durante o ano o projeto promove apresentações dos alunos com outros músicos. “Eles se saem muito bem e provam que cada um deles tem, alma de batera”, afirma Paul.

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