Conheça-te a ti mesmo

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A psicóloga Surya Sangeetha

Em inglês, coach é treinador e coaching é treinamento, treino; uma palavra muito utilizada no meio esportivo. Mas o coaching passou também a designar um trabalho terapêutico desenvolvido por psicólogos para produzir mudanças efetivas no comportamento de uma pessoa. É um processo que pode interagir em várias áreas – profissional, social, etc. – e transformar a vida por completo, de maneira muito positiva.
Para elucidar esse assunto, conversamos com Surya Sangeetha (telefones 3213-0207 e 3205-3474), psicóloga formada em 1995 pela USP, com mestrado em Psicologia Organizacional e pós-graduação em Mediação e Resolução de Conflitos, ambos realizados na Golden Gate University, em San Francisco (EUA). Foi Consultora Estratégica de Recursos Humanos em diversas empresas nacionais e multinacionais, no Brasil e nos Estados Unidos, prestando assessoria em Desenvolvimento de Pessoas, Mediação, Coaching e Gestão da Mudança.
Com toda essa experiência clínica, ela desenvolveu o sistema NeoLife Coaching, um processo terapêutico rápido e eficaz, que auxilia pessoas a visualizarem e planejarem suas metas e objetivos. Acompanhe agora nosso bate-papo.

Como funciona o coaching?
O coaching é um trabalho terapêutico de curto prazo focado em metas e objetivos que a pessoa tem para alcançar o sucesso e a realização, seja na área que ela quiser ou em todas as áreas. Meu trabalho foi muito influenciado por ideias do Kenneth Hilbert, que tem uma visão integral de alma e espírito e do tantra também. Então eu utilizo algumas outras ferramentas que no coaching não se utiliza.

Mas tantra não está ligado a sexo?
Não. Tantra em sânscrito significa códigos. Então são os códigos que cada um tem – o seu tantra, o seu código. Isso significa a forma como você age e se comporta na vida. Você tem um código de pensar, de sentir, de agir, de reagir. Como você trama – trama é outro significado do tantra –, como você constrói sua vida.

Por que as pessoas ligaram o tantra só ao sexo?
Foi uma distorção ocorrida ao longo do tempo. Uma das formas de explorar o comportamento é justamente através do contato com o outro, com a troca, tanto através de meditações como o olhar, o abraço, as experimentações dos sentidos, inclusive com a sexualidade, porque a sexualidade é uma via de exploração de energia, do seu desenvolvimento receptivo, de você perceber como se sente, o que sente no seu corpo, o que pensa, como age… é você se observar como vive sua vida e como interage com o mundo.

E para nós, ocidentais, tomou uma conotação sexual.
Sim. O tantra trabalha com o hemisfério direito cerebral, que é responsável pelas sensações, sentimentos, sua essência, sua sabedoria interna, sua intuição, o irracional, sua criatividade. Meu coaching tem a ver com o tantra porque é uma forma de eu ajudar a pessoa se perceber, a perceber seus códigos, como ela funciona. No coaching tradicional, as pessoas se baseiam muito na mente, no racional, para fazer o trabalho. No meu caso não, eu busco com que a pessoa entre em contato com a essência dela, porque é aí que está a resposta do que ela precisa para ser feliz, e isso é feito através de metas. Se ela precisa tomar uma decisão, vamos avaliar perdas e danos e vou ajudá-la a especificar até que ela consiga visualizar com clareza o que quer, seja da autoestima, dos relacionamentos, do planejamento financeiro, da carreira, da missão de vida.

Quem vem procurar coaching tem que estar comprometido?
Se não estiver, o resultado é lento ou a pessoa vê no meio do caminho que fracassou e que o coaching não é para ela. Ela não quer ir além, vai ficar na zona de conforto. Na psicoterapia, você tem alguém que te ouve, um espaço que pode chorar, falar das suas questões, é um espaço acolhedor, mas você fica ali falando dos seus problemas e não consegue implementar soluções concretas porque não há um comprometimento, porque você vai falar o que quer, é aberto, não tem foco. E falo isso porque sou psicóloga, fiz 16 anos de várias técnicas. As mudanças são muito lentas e o coaching tem esse foco, é muito rápido, as fichas caem e isso atrai as condições.

No que o coaching é diferente do trabalho de um psicanalista ou psicólogo?
A análise busca a causa do comportamento, onde é que tudo começou, a origem do problema. Então a busca é entender por que você age assim ou assado, e onde está a causa disso, fazendo você se observar no dia a dia, mas isso é muito lento e ninguém tem mais tempo, nem dinheiro, para gastar, porque a vida passa muito rápido. Eu não tenho nada contra a psicanálise e já me beneficiei disso. A questão é o resultado e que ele seja rápido hoje. O foco é a solução, que é mais rápido no coaching.

Rápido quanto?
Eu vou te dar uma referência do tempo máximo que eu trabalhei com uma pessoa. Era uma mulher que estava estagnada na vida, com 50 anos, infeliz no casamento de 26 anos, sofrendo, parada na vida… Ela mexeu em tudo e ficou outra pessoa, e ficou apenas três meses comigo, vindo uma vez por semana.

É rápido mesmo!
Foi o máximo de tempo que eu fiquei. Normalmente, são três ou quatro sessões. Já aconteceu de uma pessoa vir somente pra fazer uma sessão. Tudo depende do grau de comprometimento, o quanto ela quer resolver a situação. Quando a pessoa está assim, eu dou tudo de mim para resolver isso e ela aproveita o que tem que ser trabalhado e faz as devidas metas. Aí as coisas acontecem.

O que ela conseguiu mudar?
Ela se separou, e disse tudo que estava entalado na garganta para o marido; ela se reafirmou como mulher; resolveu a questão financeira conversando um diálogo saudável com o marido, para que ele a apoiasse; ela entrou na faculdade e, hoje, está terminando contabilidade; está saindo com amigos, fazendo novas amizades, começou um curso de massagem tantra; emagreceu e mudou o visual completamente. Ela está linda, cheia de energia e brilho nos olhos, está feliz.

Em que momento da vida a pessoa deve procurar um coaching?
No momento em que ela está insatisfeita e frustrada com a vida, ou não tem clareza sobre o que quer, ou seja, ela não sabe o que vai deixá-la mais feliz. Ou quando sabe o que quer, ela não sabe especificamente como planejar as ações, como procurar, quais são seus recursos, quais são seus talentos. As pessoas falam genericamente ‘eu quero ganhar bem’, mas para um pescador é uma coisa e para um funcionário público é outra coisa. Eu não sei o que vai fazê-la feliz, cada um tem seus códigos, mas eu vou ajudar a descobrir seus próprios talentos, a ver os recursos que estão disponíveis na vida dela, como ela vai criar as condições, as ações, e eu vou estimulá-la a pensar sobre isso. A ideia é que ela saia daqui, internalize o coaching nela e consiga testar, sozinha, suas respostas.

Quem tira mais proveito do coaching: as pessoas cheias de informações ou quem nem sabe o que vai fazer?
Não há regra, é sempre uma surpresa. Quanto mais a pessoa é mental, mais difícil trabalhar com ela. Porque a mente cria estratégias para sabotar o processo, e a mente e o acesso à intuição não estão na mente. As pessoas muito cerebrais, muito racionais, muito lógicas têm mais dificuldades de acreditar no processo.

Pra terminar, por que o leitor deve fazer coaching?
As pessoas deveriam fazer o coaching para ampliar sua visão, para acessar melhor o que seu coração deseja, para ser feliz, para ajudá-la a fazer um trabalho de questionamento, para visualizar o que ela deseja… e isso é muito difícil fazer sozinha, por isso ela precisa de alguém para direcioná-la para essa descoberta, para resgatar as regras da própria vida.

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