Que horas são?

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Foto:

Ademir Assis G. Barbosa

Para saber que horas são,
é possível recorrer a vários lugares – e não necessariamente a um
relógio. É só olhar para o celular, o painel do carro, o cantinho da
tela do computador, e muitos outros lugares. Mas quem não se encanta
com um cuco? Ou aqueles relógios de pêndulo? Ou aqueles relógios de
mesa que fazem dim-dom a cada meia hora? Esses relógios “antigos”
costumam ser relíquias de família, nem tanto pelo valor do objeto, mas
sim pelo valor sentimental que adquirem. A maioria das vezes são
relógios artesanais e quem tem esse tipo de relógio em casa costuma ter
problemas na hora de achar relojoeiros para manutenção ou conserto. É
que eles estão ficando cada vez mais raros.
Não é o caso da família
de Ademir Assis G. Barbosa, que se dedica a consertar relógios desde os
anos de 1950. Tudo começou com seu pai, que ensinou aos filhos: “Meus
irmãos mais velhos aprenderam diretamente com ele, e eu, que sou
caçula, aprendi com meu irmão mais velho quando tinha 15 anos. Meu pai
morreu quando eu tinha sete meses”, diz Ademir. A profissão foi
passando também para outros tios e primos.
“Conserto relógios bem
antigos. Às vezes é necessário fazer uma peça, restaurar ou desmontar
outra, dentes quebrados que temos que refazer porque não existe mais
para vender. São desde simples consertos ou manutenção até uma
restauração”, conta o relojoeiro apaixonado. Para salvar uma peça, às
vezes ele precisa reconstruí-la completamente. “É tudo superartesanal
e, como falam meus irmãos, ‘é uma arte nosso trabalho’!”, revela
Ademir. Tanta dedicação exige muita inspiração e em muitos dias ele nem
consegue realizar o serviço no local de trabalho: “Alguns relógios eu
conserto em casa porque no meu dia a dia aqui não dá. Relógio você não
pode parar. Se começou, tem que ir até o final para não perder a linha
de raciocínio daquilo que já lubrificou, do estágio que está. Então
muitos serviços faço em casa, onde tenho outra oficina. Levo e faço nos
finais de semana, faço em uma noite”, diz.
Na loja ele atende as
pessoas em serviços mais rápidos, como trocar pulseira, baterias,
vidros. Ademir lembra que uma higienização preventiva – da máquina, da
caixa, da pulseira – vai dar ao seu relógio uma vida útil mais longa. E
dá um recado importante: “A maioria das lojas dá 90 dias de garantia,
eu dou seis meses, porque confio naquilo que faço. Relógio é uma
máquina de precisão e precisa ter excelência no serviço”.

Relojoaria Oficina do Primor
Rua Carlos Weber, 1190, Vila Leopoldina
Telefone 3833-0967

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