Uma jornalista antenada

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Chris Flores, jornalista que faz parte da equipe do programa Hoje em Dia, da TV Record, ao lado de Ana Hickmann, Britto Jr. e Eduardo Guedes, é paulistana, nasceu na Vila Romana e mora na Vila Leopoldina desde 2004. Formada em Jornalismo pela PUC, iniciou sua carreira como assistente de redação em agências de comunicação. Fez comunicação corporativa e também trabalhou para governos e campanhas políticas. Escreveu para publicações como Manequim, Criativa e ficou mais conhecida quando passou a cobrir celebridades para revistas como Contigo e Minha Novela. Nesta entrevista, ela conta um pouco do seu dia-a-dia profissional, o relacionamento com as celebridades e o grande interesse que o público têm por elas.

Como foi que você veio para a televisão?
Trabalhava na Revista Contigo e fui convidada para ter uma coluna sobre celebridades no programa apresentado pelo Paulo Henrique Amorim aqui na TV Record. Meses depois, fui ser mãe e nesse período o programa acabou. Depois da licença maternidade recebi um convite e fui para o SBT. Quando a TV Record reformulou sua grade, fui chamada e voltei. Vim para fazer uma coluna sobre celebridades. Quando a Ana Hickmann tirou férias, eu cobri as férias dela. E em outubro de 2007 fui efetivada. E é uma delícia trabalhar com esse pessoal. Os quatro têm formação diferente. Eu e o Brito somos jornalistas. Ele fez rádio e tevê e eu revistas e impressos. O que acho legal é que ninguém aqui vive um personagem. Todos são verdadeiros. Temos limite, mas não temos censura. A televisão não era meu objetivo final e de repente fui chamada para fazer tevê. Sou muito centrada no que faço para não ficar deslumbrada. E tenho bom senso e sei que preciso melhorar mais. Se a gente se acha o máximo, acabou! Hoje o “Hoje em Dia” é o meu trabalho e quero fazer bem feito. Amanhã, se aparecer um projeto que eu goste, vamos em frente. Se não for assim não vou fazer, e podem oferecer um caminhão de dinheiro. E tem um mundo de gente boa fora do ar. Eu não tenho planos. Tudo que vem é lucro.

Agora você não cobre apenas celebridades.
Agora, menos. Ainda cubro celebridades. Fiz várias outras coisas, campanha política, por exemplo. Aos sábados, o jogo Desafio Final, nós jogamos com uma celebridade, que fala de sua vida, de seu trabalho. Ainda faço uma coluna para o jornal A Crítica de Manaus e um blog. Quero fazer tudo bem certinho, bem feito. Programa ao vivo é sempre emocionante.

É preciso freqüentar muitas festas, sair todas as noites? Como é a sua rotina?
Hoje, por conta do programa que estou fazendo, não dá para circular à noite como cheguei a fazer. Chego na Record às 7h da manhã. Tenho de me preparar, ler o roteiro, fazer maquiagem, me interar sobre o que vai ao ar e muito mais. Como moro na Vila Leopoldina, no horário da manhã, o trânsito está mais tranqüilo, felizmente.

E o seu relacionamento com as celebridades?
Com o tempo você vai ganhando a confiança deles. As fontes, hoje em dia, são várias (internet, jornal, pessoas…). Com a experiência, você consegue separar o joio do trigo. Separar o boato da verdade. Tem muita boataria neste mundinho. O importante é ter fontes confiáveis. Se a fonte não é confiável, você não leva à frente a notícia.

Tem notícia que você não dá?
Se a notícia é verdadeira, eu noticio. Checo antes, mas se confirmada a notícia eu dou a notícia, sem julgamento. Ouço os dois lados que é o básico no jornalismo. Não dou a minha opinião. Não julgo. Mas tem notícias que eu não publico, como o seqüestro do filho do Maurício de Sousa, por exemplo. Tenho uma amiga que conhece bem a família dele (Maurício de Sousa) e eu sabia o que estava acontecendo. Quando envolve uma criança a gente precisa ter muito cuidado. Na verdade, com qualquer pessoa. Se alguém diz que um ator usa drogas eu não posso sair por aí divulgando. Agora se ele é preso pela polícia, isso é um fato e noticio. O caso do cantor Belo é exemplar. Não sei se ele tem ou não envolvimento com tráfico de drogas e armas. Noticiei que ele tinha sido preso e estava sendo processado na Justiça.

Por que o público gosta de saber o que fazem e como vivem as celebridades?
As pessoas têm curiosidade sobre a vida alheia. E as celebridades estão mais expostas. É o imaginário daquilo que é impossível, há identificação ou está muito distante. É um mundo mágico para quem está fora. Quem vive nesse mundo tem os problemas normais: pagar contas, acordar com TPM, cuidar dos filhos, fazer supermercado. Quem aparece na telinha parece e precisa estar sempre bem. As pessoas se projetam na celebridade. Antigamente, isto acontecia com os atores de cinema, hoje é com o pessoal da televisão. A informação está muito mais rápida, se um famoso tropeça, logo vira notícia e pode estar na internet. Tem as novelas da vida real, como é o caso da menina Isabela. A maioria pensa que toda celebridade tem dinheiro, tem glamour, tem facilidades na vida. É um mundo de fantasia. E as celebridades alimentam esse mito e o público quer saber de tudo.

Você já é uma celebridade também. Como lida com isso?
Em muitos lugares que vou tem gente que aborda, vem falar comigo, pede autógrafos. É legal quando as pessoas vem até você e elogiam o seu trabalho, curtem o que você faz. Felizmente o programa está com uma audiência muito boa e a gente fica conhecida. As pessoas perguntam de tudo. “Fulano é gay?”, perguntam sempre. Geralmente eu repondo: “o que você acha?” Querem saber tudo, mesmo. Mas eu acho divertida a curiosidade das pessoas.

Você circula muito pela Vila Leopoldina?
Bastante. Vou a todos os lugares. Não quero criar uma redoma de vidro em minha volta. Quero viver normalmente, levar meu filho na praça. É legal você poder andar na rua e as pessoas reconhecerem você pelo trabalho. Nunca tive nenhum problema. Moro na Leopoldina desde 2004. Nasci na Vila Romana, morei em Alto de Pinheiros e depois Vila Leopoldina. Minha família inteira mora na Leopoldina. É um bairro residencial bacana, arborizado, tudo é perto.

O que você costuma fazer na Vila Leopoldina?
Levo meu filho para passear na praça, vou ao supermercado St. Marche, vou tomar café no EAT, que é uma gracinha, vou à Kalunga. Faço tudo o que preciso no bairro. É um bairro muito gostoso, com muitas opções.

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