O lapeano Arthur Nory conquistou a medalha de bronze na ginástica artística brasileira nos Jogos Olímpicos deste ano e conta como foi a sua trajetória até chegar ao pódio. Conheça mais sobre este jovem que supera seus próprios limites.
Arthur Nory Oyakawa Mariano, agora conhecido mundialmente pelos dois primeiros nomes, fez história na última Olimpíada. Estreante nos Jogos, ele ficou em terceiro lugar na ginástica de solo, logo atrás do já famoso Diego Hypólito, que faturou a medalha de prata.
O que muita gente não sabe é que Arthur é lapeano desde os seus primeiros meses de vida. Ele nasceu na cidade de Campinas, interior de São Paulo, mas logo que saiu da maternidade, veio para o bairro, primeiro na rua John Harrison, depois na rua João Pereira, mudando mais tarde para a Lapa de Baixo.
Arthur, que completa 23 anos no dia 18/9, conta que já nasceu no meio esportivo. Seus pais eram atletas – a mãe era professora de natação e o pai, professor de judô – e sempre incentivaram seus quatro filhos a praticar esportes desde cedo. “Eu comecei no judô, lá no Palmeiras, onde fiquei até os 12 anos. Eu não gostava muito, mas nunca perdia as aulas. Quando terminava o treino de judô, eu corria para a sala ao lado, onde eram dadas as aulas de ginástica. Ficava lá só vendo e tentando fazer cambalhotas, etc. Foi assim que acabei me interessando pelo esporte.”
Ele continua, dizendo que efetivamente começou a treinar ginástica no Centro Educacional e Esportivo Edson Arantes do Nascimento (Pelezão). Na época, sua mãe dava aulas no clube e levava Arthur como companhia. “Foi treinando lá que eu iniciei minha carreira”, declara.
No final do ano de 2004, Arthur fez um teste e acabou passando no Clube Pinheiros, iniciando seus treinos lá no ano seguinte. Em 2006, ele deixou o judô e passou a se dedicar somente à ginástica. “Aí, eu fui treinando, crescendo e evoluindo. Em 2010, eu participei dos Jogos Olímpicos da Juventude, depois, entrei para a Seleção Juvenil, e já estava sendo atleta promessa para os Jogos Olímpicos adultos de verão”, relata.
Depois disso, o atleta conseguiu conquistar o 4º lugar no salto. “Belisquei, bati na trave e nunca deixei de acreditar que eu podia chegar mais longe. Meu técnico sempre acreditou em mim”, revela. No ano de 2011, ele entrou para a seleção adulta e participou de um evento técnico para classificar as pessoas para as Olimpíadas de Londres. A partir daí, começou a participar de competições e campeonatos mundiais. “Foi em 2012 que iniciei minha caminhada até 2016.”
Centro dos holofotes e da mídia atualmente, o atleta diz que nunca teve patrocínio, mais sim uma ajuda do Pinheiros e do Ministério do Esporte, com o Programa Bolsa Atleta. A partir de julho deste ano, fui incorporado pela Força Aérea Brasileira. Lá sou 3º sargento, fazendo parte do Programa para Atletas de Alto Rendimento”, revela.
Na rotina de Arthur não existe a palavra desânimo ou desistência. Ele treina seis vezes por semana e seis horas por dia, fora academia, entre outros exercícios. Também tem de superar as lesões que invariavelmente sofre e tem de ser sempre disciplinado, assíduo e pontual. Entre exercícios e competições, Arthur completou todo o ciclo de estudos, do Fundamental ao Ensino Médio, estudando em colégios região Oeste. Ele estudou no Arte de Viver, no Wellington e no Módulo, onde fez o 3º ano do Médio. “Depois disso, entrei na Educação Física, na Unip da Marquês, mas tive de trancar a matrícula por conta dos Jogos”, destaca. Neste ano Arthur participa ainda de várias competições, já em 2017 seu foco estará voltado para Tóquio. Para finalizar, o atleta deixa uma mensagem para quem pensa em seguir o próprio sonho: “Sempre vai ter dias ruins, mas o importante é não deixar que as dores sejam maiores que o seu sonho.” (ND)