Karina Oliani está sempre em busca de novos desafios. A mais recente, em julho, foi a conquista do K2 e seus 8.614 metros de altitude. Só o Evereste é mais alto e Karina já esteve no teto do mundo por duas vezes. E ela quer mais!
Definir as atividades da Karina não é fácil. É a única médica brasileira especializada em resgate aeroespacial e áreas remotas, cineasta, criadora de programas que mostram suas conquistas em regiões remotas do planeta. “Sempre gostei de fazer esportes. Lembro que na infância enquanto as amigas brincavam de boneca e casinha eu queria subir em árvores!”, conta. Foi campeã de wakeboard, salta de paraquedas, nada, é instrutora de mergulho, alpinista, esquia na neve, e criou, em 2015, o Instituto Dharma que promove ações de assistência médica e com outros profissionais – todos voluntários – em regiões brasileiras e em outras partes carentes do mundo.
Aventureira? “Nada disso, tudo o que faço é planejado e por esse motivo que dá certo. Para chegar ao topo do K2, foram 4 anos de planejamento. Desde uma doença rara até encontrar os patrocinadores, sem eles a expedição não acontece! E visitei mais de 100 empresas. Além disso mantive uma rotina de treino físico diário. Em 2019, mesmo não estando no meu melhor momento, senti que era o momento. Chamei o amigo Máximo Kausch que me acompanhou neste desafio. Queria muito escalar essa montanha. E consegui.”
Karina já conquistou as maiores montanhas de cada continente. Para ela, a conquista do Evereste e do K2, “foram momentos inesquecíveis e bem diferentes. Na primeira vez no Evereste, pela face Sul, em 2013, senti alívio. Alívio por estar viva. A expedição foi muito difícil, com muitos desafios, principalmente no dia do cume, e achei que não fosse chegar!”.
A segunda escalada ao Everest, pela face Norte, em 2017, “tinha muito frio e vento e ao chegar lá em cima eu senti uma gratidão enorme por estar lá de novo”.
A conquista do K2, em julho de 2019, Karina conta que teve momentos de perigo. “Tivemos uma avalanche gigantesca na primeira tentativa de ataque ao cume e voltei ao acampamento base. Na segunda chance conseguimos chegar ao cume e foi uma alegria absurda. Senti gratidão, alegria, sensação de missão cumprida, de conquista”, diz. Karina se tornou a primeira brasileira a chegar aos cumes do Evereste e K2.
Para registrar as expedições, Karina criou a Pitaya Filmes. “Ela surgiu justamente da minha vontade de espalhar para o mundo um estilo de vida, consciente da natureza e do ambiente que nos cerca. Algumas das nossas produções serviram de inspiração, e isso é o que mais me enche de orgulho. Claro que acima de tudo é importante a segurança, então sempre mostramos que nada pode ser feito sem cálculos e estratégia. Mas sempre com muito planejamento e entusiasmo, que é o que torna qualquer expedição uma experiência incrível.” Os vídeos estão disponíveis no YouTube e no site da Karina.
Em seu canal no YouTube, Karina lança todas as terças, às 16 horas, um novo vídeo onde mostra um outro lado, mais pessoal. “Criamos séries de alguns episódios que contam um pouco sobre as minhas aventuras e viagens atuais, seja em expedição ou em missão médica do Instituto Dharma. Sempre respondo as dúvidas, que são muitas, sobre as minhas aventuras. Postamos inclusive um trailer do K2”.
O contato com a natureza é fundamental para Karina. “É onde recarrego minhas energias. Sempre gostei de estudar, planejar e entender tudo que está por trás das experiências que tenho e das expedições que vou fazer. Meu próximo destino será no Nepal em um workshop da Pitaya Filmes. Em seguida fico por lá para escalar o Ama Dablam, considerada a montanha mais bela do mundo. Já estou esperando mais uma expedição maravilhosa para compartilhar”.
Em 2015, Karina criou o Instituto Dharma. “O instituto surgiu quando fui em uma missão médica ajudar as vítimas do grande terremoto no Nepal. Lá encontrei com o Andrei Polessi, um grande fotógrafo e publicitário. Juntamos nossas fotos e editamos um livro, para arrecadar dinheiro e ajudar o povo do Nepal. E o que começou como um projeto pontual, virou uma organização grande, com foco na saúde, educação, prosperidade, intercâmbio cultural e meio ambiente em áreas remotas. Fazemos expedições e, no dia 11 de setembro, partimos para o Downwind. Vamos atender comunidades na costa do Ceará e, vamos de Kite Surf. Para saber mais ou se inscrever como voluntário, de qualquer profissão, é só entrar no nosso site (http://institutodharma.org)”.
Karina mora na Leopoldina. “Passo pouco tempo em São Paulo. Adoro um pão na chapa na padaria e passear pelo bairro. É o cenário dos meus treinos e das minhas aulas de Acroyoga, e as áreas verdes, minha conexão com a natureza em meio a selva de pedra.” (GA)
www.karinaoliani.com.br
www.institutodharma.org