No comando da escola de samba Império Lapeano, Luiza Fonseca, ou Luizinha, como é mais conhecida por toda a escola. Sob a sua batuta, a escola da Zona Oeste, que está no Grupo 2, vai desfilar com 500 componentes no próximo dia 11 de fevereiro, no autódromo de Interlagos, com muita alegria e entusiasmo.
Luizinha é uma lapeana típica. Nasceu no Hospital Sorocabana e sempre morou pela região.“Nasci e sempre vivi por aqui e daqui não quero sair”, afirma. Profissionalmente, já vendeu frangos, entre outras atividades. Fora do carnaval, ela se dedica, há 25 anos, a sua empresa de faixas publicitárias, que funciona junto à quadra da escola.
O carnaval sempre foi uma grande paixão e ela chegou à escola para ser integrante da bateria. Tocou ganzá e cuíca. Conta que foi uma das primeiras mulheres a tocar cuíca em desfiles que aconteciam na avenida São João, onde antigamente as escolas de samba desfilavam.
Chegou à presidência da escola em 2001. Luizinha presta homenagem a José Bonelli, fundador e presidente da Império Lapeano por oito anos. Conta que Bonelli a escolheu para sucedê-lo porque ele “queria alguém que pudesse se dedicar à escola de samba e tivesse amor, coisa que sempre tive”.
Garante que ser presidente de uma escola pequena e de poucos recursos não é tarefa fácil. Além da falta de recursos, lamenta o que chama de preconceito por parte dos vizinhos dos novos prédios que chegaram à Vila Leopoldina nos últimos anos. Os ensaios que acontecem na quadra que ocupa os baixos do viaduto Miguel Mofarrej seriam o motivo da reclamação dos novos moradores. “Sei que não são todos os moradores, mas uma parcela quer nos tirar daqui. Lembro que nós estamos aqui antes deles e promovemos uma atividade cultural. Felizmente, a nosso favor temos outros moradores, como o pessoal do Botafogo Futebol Clube, que sempre colabora e ajuda a gente”.
Luizinha quer superar essas dificuldades e se dedica, nestas últimas semanas que antecedem o desfile, a se concentrar nos ensaios e nos preparativos do carnaval deste ano, que tem como samba-enredo “As estações no tempo da vida”, criação do carnavalesco Eduardo Caetano, que faz sua estreia na escola.A grande satisfação que o carnaval proporciona para ela é ver “em cada componente, quando está desfilando na passarela, a alegria de ser rei ou rainha por um dia”. E ela promete que este ano será o melhor desfile de todos.