Rumo às Olimpíadas

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Rumo às Olimpíadas

Inaugurado em agosto de 1980, o Centro de Atividades do Trabalhador (CAT) Gastão Vidigal, também conhecido como Sesi-Vila Leopoldina tem desde março deste ano, Eduardo Carreiro como seu diretor. Nesta entrevista ele fala dos planos de tornar este Sesi em um centro de excelência esportiva visando as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. Quatro esportes – natação, pólo aquático, voleibol e maratona aquática são praticados nesta unidade. Para os jogos de Londres 2012, o Sesi Vila Leopoldina mandou sete atletas – três atletas do de vôlei masculino e três do feminino, e um do triatlo. Todos com chances de medalhas. Além do esportiva, este Sesi tem presença muito importante em saúde, educação, cultura, alimentação e educação que serve a cidade, e principalmente a região oeste que reúne cerca de 400 pequenas e médias indústrias.

Gostaria que o senhor se apresentasse.
Sou formado em Educação Física pela Unesp de Rio Claro. Tenho especialização em administração de empresas, docente-convidado da Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro e tenho pós-graduação latu senso.

E sua história no Sesi?
Minha história no Sesi já tem 15 anos. Comecei no Sesi de Osasco como professor e depois fui para a unidade da Vila das Mercês como coordenador. Aí voltei para Osasco, como coordenador de esportes e depois fui para a sede do Sesi na Avenida Paulista, onde fiquei por 8 anos na antiga divisão de esporte e lazer, até ser nomeado como diretor de centro de atividades aqui Sesi Vila Leopoldina, em março.

O que temos nesta unidade?
Uma estrutura em saúde, alimentação, lazer e esporte, voleibol de alto rendimento que inclui as equipes adultas, educação com 1.500 alunos e sócio-cultural com muitas atividades abertas para a comunidade.

Qualquer um pode matricular seu filho na escola do Sesi Vila Leopoldina?
As escolas do Sesi são exclusivas para os filhos dos trabalhadores nas indústrias. Caso não sejam ocupadas todas as vagas disponíveis, são abertas vagas para outros alunos. Mas a concorrência é muito grande. E o motivo é a qualidade do ensino que o Sesi oferece. Não é só o aluno dentro da sala de aula. É nossa prioridade proporcionar para esse aluno, além da boa educação, uma boa alimentação, além de esporte e cultura. Não é só o aluno ficar aqui dentro o dia inteiro, mas tudo o que envolve a formação deste aluno. Além disso, os professores passam por capacitação contínua. O nosso presidente, Dr. Paulo Skaf, firmou convênio com a Secretaria de Estado da Saúde e o Sistema Firjan e 3.200 diretores de escolas e nossos administradores escolares estão recebendo um curso de MBA em gestão escolar. A gente verifica muitos problemas de gestão nas escolas e desta forma esses gestores estão tendo esta capacitação. A primeira turma com 120 gestores escolares estão sendo capacitados aqui no Sesi Vila Leopoldina.

Quem tem pode usufruir das áreas de lazer e esporte do Sesi VL?
O que nós chamamos de centro de esporte e lazer, está vinculado também aos funcionários de indústria e seus dependentes.

O que o Sesi disponibiliza para quem não é industriário?
Algumas atividades eventuais. Por exemplo, o teatro que será reinaugurado em outubro. Nas férias de julho promovemos um festival de férias onde muitas crianças, e a grande maioria, foi de crianças da região. Nosso Centro Cultural está aberto para a comunidade. Tem uma ótima biblioteca e gibiteca e um acervo de arte contemporânea. Até gostaria até que nossos vizinhos visitassem mais nossa unidade.

O que teremos no teatro?
Será um teatro novo com 100 lugares. Terá nova iluminação, palco ampliado e outras novidades. Na reestreia teremos uma peça e uma artista ainda não posso anunciar.

Os cursos do núcleo de artes cênicas são bem concorridos. Está aberto para a comunidade?
Temos três turmas, duas semestrais e uma anual e o curso é voltado para a iniciação teatral. As vagas são preenchidas rapidamente.

Quais outros cursos têm aqui?
Aqui temos cursos abertos do Alimente-se Bem. São novas receitas, planejamento de alimentos e por aí vai. Os cursos de qualificação são para os profissionais das indústrias de alimentos, principalmente. A pequena empresa que trabalha com alimentação tem aqui à sua disposição todo um aparato que nós chamamos de Alimento Seguro. Trabalhando a partir deste ponto, a indústria vai oferecer ao consumidor final, um alimento mais seguro, com mais qualidade. Mas temos alguns cursos abertos à comunidade.

E o centro de reabilitação?
Nosso centro de reabilitação é um dos primeiros do país. Ele é focado no trabalhador da indústria e seus familiares. O Sesi subsidia boa parte dos tratamentos de reabilitação dessas pessoas. Temos 42 profissionais da área de saúde atuando aqui. Estamos finalizando a reforma do centro e falta terminar a área de piscina de hidroterapia. Temos junto ao centro, um núcleo de atendimento aos atletas. Estamos criando um centro de excelência para atendimento de atletas e com o olhar na prática de atividades físicas do esporte, para as crianças e adolescentes que requer um tratamento especial. Temos também um atendimento especial para músicos profissionais que tenham problemas físicos por conta de esforço repetitivo.

Falando de esportes. Medalhistas como Giovanni ajudam a projetar o vôlei aqui no Sesi V. Leopoldina?
Sim. O Giovanni Gávio é quem dirige o time masculino e o Talmo Curto de Oliveira, o técnico das meninas. Eles ganharam medalha de ouro nas Olimpíadas de Barcelona em 92. Acredito que eles pretendem voltar um dia aos jogos olímpicos como técnicos. Eles têm competência para isso. Nosso gestor do voleibol é o José Montanaro, medalha de prata em Los Angeles em 1984 e assim temos experiência olímpica por todos os lados.

Quantos atletas do Sesi estão em Londres?
Temos sete atletas. Do vôlei temos o Murilo, o Serginho e o Sidão. Do vôlei feminino, a Dani Lins, a Fabiana e a Tandara. No triatlo, o Reinaldo Colucci. Além destes, temos os atletas paraolímpicos no vôlei sentado e outras modalidades. Os paraolimpicos treinam no Sesi de Suzano.

O polo aquático não conseguiu se classificar?
A equipe de pólo aquático não se classificou para Londres. Mas com certeza teremos uma equipe forte para a Rio 2016. Temos aqui no Sesi Vila Leopoldina três jogadores da seleção brasileira. A nossa equipe é de jogadores jovens e tenho certeza que eles vão conseguir chegar muito forte para o Rio 2016.

Pelo visto, muito está sendo feito para a Rio 2016.
Sim. Na natação temos 130 atletas, entre 11 até 16 anos, em dedicação exclusiva. O Sesi de São Paulo é a entidade que mantém esses atletas. No polo aquático, além do masculino, estamos investindo em um time feminino. Temos vagas abertas para jovens que queiram praticar a modalidade, inclusive da comunidade. O mesmo acontece com a natação.

E no vôlei acontece a mesma situação?
Não. No vôlei o jovem entra através do programa de formação esportiva. Ele dificilmente vai entrar direto no programa de rendimento.

Quantos atletas o Sesi pretende ter na Olimpíada Rio 2016?
Estive no lançamento dos times de vôlei masculino e feminino junto com o presidente Paulo Skaf lá no Edifício-Sede. Na ocasião, foi declarado que o Sesi-SP tem como meta ter 30 atletas nas Olimpíadas de 2016 no Rio, nas modalidades judô, natação, polo aquático, vôlei.

O que significa o esporte para o Sesi?
Quando a gente fala de equipe de alto rendimento, a luta do título é sempre um objetivo. Mas para o Sesi, o esporte é um instrumento de educação. Quando um dos nossos 1.500 alunos passa e convive com esses atletas, verificam os hábitos saudáveis que esses atletas precisam ter e aprendem que não é fácil chegar lá. Aprendem que é preciso ter disciplina, trabalhar em equipes. São valores o Sesi preza muito esses valores.

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