Um grupo de punks e anarquistas se reuniu para jogar futebol e fundaram em maio de 2006 o Autônomos Futebol Clube, também conhecido por Auto. Além do time masculino, eles têm um time feminino de futebol de salão.
Em agosto do ano passado, o time inaugurou sua sede na Lapa, a Casa Mafalda. Além de reunir o pessoal em torno do futebol, a casa é um ponto de encontro dos jogadores, de animadas festas e de debates sobre variados temas: passe livre nos ônibus, questão palestina e outros mais.
“Escolhemos a Mafalda do Quino como a nossa mascote porque jogávamos na Vila Mafalda, na zona leste. Ela é uma personagem que assim como nós é crítica com a nossa sociedade”, diz Kadj Oman, geógrafo, morador da Lapa, e um dos fundadores do Auto, onde joga como volante.
Quando vieram jogar em um campo na Lapa de Baixo, surgiu a ideia da sede. E assim surgiu a Casa Mafalda.
Na porta de entrada do sobrado estão grafadas algumas das regras que a casa segue: ‘Não ao racismo, não à homofobia, não ao sexismo’. As festas além de bandas punk também recebem outros estilos musicais. “Temos noites de black music, MPB, samba, forró. Na terça-feira de Carnaval vamos sair pelas ruas da Lapa com um bloco com instrumentos feitos com reciclagem”, diz Kadj, que estima em 60 pessoas o número de jogadores e simpatizantes do Auto.
Em 2010, graças ao intercâmbio com outros grupos, o Auto participou de uma Copa do Mundo de Futebol Alternativa, em Yorkshire, na Inglaterra. “O time do Easton Cowboys, de Bristol, esteve aqui fazendo alguns amistosos com o Auto e nos convidou para participar.” O Auto foi o único time não-europeu do torneio que teve a participação de 16 times. “A maioria era da Inglaterra, mas também havia equipes da Alemanha, Bélgica, Lituânia e Escócia. Ficamos em quarto lugar. Agora vamos para a Argentina para disputar um torneio latino-americano nos mesmos moldes”.