O aprendizado escolar muitas vezes oculta problemas que podem comprometer a evolução escolar. Existe um método terapêutico, chamado de caixa de areia (ou sandplay, em inglês), que propõe um estudo mais profundo nas camadas do inconsciente e ajuda na solução do problema.
A dra. Teresa Andion, psicopedagoga que tem consultório em nossa região, trabalha com a técnica desde 2001. “Quando cursei arteterapia, conheci a técnica e me apaixonei. Trabalho a criança com dificuldades de aprendizado a desenvolver sua criatividade de maneira lúdica e espontânea através da análise do cenário que ela cria nas caixas de areia”.
Em caixas de areia seca ou úmida, as crianças criam cenários usando miniaturas que livremente escolhe entre bonecos, objetos, carrinhos, animais e outras figuras.
“Geralmente o aluno com problema de aprendizado é taxado na escola de ‘burro’ e através do meu trabalho, vou tentar ajudá-lo a solucionar suas dificuldades tanto na escola como na vida”, diz a psicopedagoga autora do livro “Jogo de Areia – intervenção psicopedagógica à luz da teoria piagetiana na caixa de areia (sandplay)”, pela Editora Wak.
Desde a primeira sessão, entre as 8 ou 10 que usa para formar o diagnóstico, dra. Teresa apresenta ao paciente as caixas de areia e seu arsenal de miniaturas para ele criar seu cenário, se assim desejar. Terminado o cenário na caixa de areia, ela fotografa a cena para sua análise. O cenário tridimensional fornece o retrato do seu estado emocional, revelando seu estado analítico, que muitas vezes o prejudica no aprendizado escolar.
A técnica também pode ser usada para alunos com deficiência e crianças geniais. “Muitas vezes os professores não sabem lidar com eles. Se um é taxado de ‘burro’, os gênios são rotulados de ‘nerds’ e sofrem o mesmo isolamento na escola e até no grupo familiar”.
“O que eu procuro é entender o cognitivo, as funções cerebrais, que por alguma razão estão trincadas. Através da terapia eu vou tentar descobrir as causas de suas dificuldades na escola, que podem envolver a falta de atenção e a alta de concentração, enquanto que a psicóloga foca a questão afetiva e emocional deste jovem”, conclui dra. Teresa.