Uma casa diferente

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Uma casa diferente

Em uma tranquila rua da Lapa, um grande sobrado foi transformado em um coletivo onde artistas, cineastas, grafiteiros e outros profissionais trabalham desde janeiro de 2006 e batizaram com o nome de Casadalapa.
Atualmente, são cerca de 17 pessoas que formam esta verdadeira Babel lapeana. “Queríamos ter um espaço livre e sem chefe. Aqui a galera tem o seu escritório de trabalho e temos a convivência saudável com pessoas com perfil semelhante”, resume Sato, publicitário e diretor de arte que faz as vezes de porta-voz do grupo.
Dos 17 integrantes da Casadalapa, conseguimos reunir na cozinha do sobrado – que serve como espaço de convivência da turma – além do Sato, Pedro Noizyman, DJ e editor de som e André Collazzi, roteirista.
A ideia do coletivo era antiga e só não se concretizou antes por falta de um imóvel ideal. A solução veio quando Pedro descasou e o imóvel ficou livre para locação. “Aqui temos uma convivência e uma interação muito boa. Não queríamos apenas alugar um escritório. Queríamos gente para trocar ideias e desenvolver um trabalho coletivo”, diz Sato com a aprovação de Pedro e André.
A administração é feita por autogestão e uma comissão que a cada período é renovada cuida das coisas práticas: luz, água, telefone, internet. O clima está mais para uma república do que uma empresa. Mas nestes cinco anos as coisas têm andado bem e até o lançamento do livro-HQ Enquadro, misto de história em quadrinhos-grafite-curta-metragem, é prova concreta do trabalho coletivo.
O livro e o curta-metragem tiveram a participação dos integrantes da Casadalapa e mais os amigos e conhecidos que eles chamam de aliados. Cerca de cem pessoas trabalharam pelo prazer de estar no projeto.
Pelas paredes do sobrado, inúmeros quadros e outros trabalhos de artistas plásticos amigos estão expostos como se fosse uma galeria, além dos grafites das paredes do corredor externo. Até o banheiro ganhou uma intervenção. “Se alguém que está nos visitando gosta do trabalho de um artista que tem seu trabalho exposto aqui, nós o colocamos em contato e eles se entendem. Não queremos e não somos uma galeria”, garantem eles.
Mas nem tudo é trabalho. De tempos em tempos, eles promovem algumas festas onde cinema, música e outras manifestações artísticas acontecem. Chamam essas festas de Misto Quente e a convivência e o espírito fraternal é essencial. Para conhecer e saber mais sobre o que eles fazem, acesse o blog deles.

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