A música para a maioria
das pessoas serve como entretenimento e diversão. Mas para pessoas como
a lapeana Susie Mathias, também pode servir de fonte de estudo e de
pesquisa. E tem sido assim nestes 22 anos de carreira da cantora e
musicoterapeuta.
Os ritmos brasileiros originários do lundu
africano, que tem o samba como parente próximo e mais jovem, Susie
transformou em músicas e reuniu o material em seu primeiro CD solo
“Canção das Moças” (Paulus), lançado em 2006. Vindos de várias partes
do Brasil, são ritmos criados há muito tempo e que felizmente, muitas
regiões ainda os mantêm vivos. Ela, com voz afinada e potente, se
apresenta acompanhada por sete músicos.
Susie lembra que o
interesse pela música vem graças ao pai que sempre cantava músicas de
Ataulfo Alves e Herivelto Martins entre outros. Enquanto que a mãe
contava histórias para ela. Sua primeira apresentação aconteceu no
palco do União Fraterna, na Rua Guaicurus. A partir daí passou por
grupos como cantora como o Mawaca, onde este por nove anos, e depois
seguiu em carreira-solo.
A cantora explica que “o lundu é um ritmo
que vem de Angola e tem parentesco com o nosso chorinho”. Seu estudo
analisou os desvios e as influências da música africana na música
brasileira. Entre os ritmos que Susie pesquisou estão o carimbó, que é
muito popular no estado do Pará, os ritmos do cancioneiro brasileiro e
mais recentemente o samba.
A carreira de cantora e musicoterapeuta
anda junto com a da pesquisadora, que teve início nos anos 1990. Susie,
em suas apresentações, aproveita para mostrar o resultado de suas
pesquisas através das música e acha que público recebe bem seu
trabalho. “Participo mais dos circuitos alternativos e me apresento em
palcos como os do Sesc, Virada Cultural e festivais étnicos em países
como Espanha (2002) e Alemanha (2006)”. Divide a autoria das
composições do CD com o músico e compositor Oswhaldo Rosa, que também é
seu marido. “Aliás foi através de shows que acabamos nos conhecendo”,
diz a cantora.
Atualmente, Susie prepara seu segundo CD solo “Samba
de Fino Trato”, a ser lançado até o final deste ano, “que tem como
objetivo apresentar algumas entre tantas vertentes do samba pela ótica
feminina”, adianta ela. É esperar para conferir.
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