Uma visão do futuro

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Foi realmente um prazer celebrarmos juntos, a comunidade da Lapa e da Vila Leopoldina, a passagem dos 100 anos da imigração japonesa. Essa parceria – brasileiros e japoneses -, tem sido importante para o nosso País e nesse nosso último encontro, gostaríamos de enfatizar que o mais interessante de todo esse legado cultural são as possibilidades futuras de crescimento, de amadurecimento para o nosso povo, principalmente no que tange à educação.
Vivemos hoje sob a influência de uma cultura cientificista que nos direciona a uma vivência excessivamente voltada para fora de si, sem nunca olharmos para dentro de nós mesmos. O resultado disso é uma atitude defensiva para com os nossos semelhantes, crítica, arrogante e julgadora justamente porque assim também nos sentimos: solitários e injustiçados.
Vivemos uma vida de aparências. Uma vida muito artificial com certeza, o que destrói a autenticidade de qualquer um. Entendemos autenticidade a integridade de caráter, a coragem de exercer uma serena e amorosa sinceridade, de permitir-se estar em comunhão com as pessoas que amamos, de estarmos abertos aos sentimentos dos outros para entendê-los melhor e aceitá-los para sermos aceitos também. Bonito não? Entretanto somos capazes disso?
Sim somos, mas antes de tudo é necessário uma condição especial para esse estado de compaixão. Para adquirirmos a capacidade de estarmos juntos verdadeiramente como irmãos e não integrante de várias e infinitas tribos é necessário um maior conhecimento de si. É com o autoconhecimento que a verdade aflora e nos brinda com uma revelação espantosa: a da nossa impressionante capacidade de amar. Então aprender a amar é a principal tarefa de todas as nossas pequenas vidas, sendo que, qualquer outra é mera preparação para a tarefa de amar. E, somente amando verdadeiramente poderemos construir um mundo melhor para nós todos.
Assim já pensavam os samurais e eles sabiam que a natureza é a nossa grande mestra nessa empreitada difícil, visto que toda ela (natureza) é uma expressão amorosa. Descobriram que a falta de consciência de si é o grande obstáculo para que tal aprendizagem não se concretize. Então criaram as várias manifestações artísticas que são também caminhos de autoconhecimento. Elas nos possibilitam o mergulho no sublime mistério que encerramos em cada um de nós. Mistério tão grande e infinito a nos mostrar que vida e morte é um mero detalhe nessa nossa aventura humana. Mais detalhes sobre o tema poderá ser encontrado nos dois volumes do livro “O Caminho do Guerreiro” que faz parte do Projeto Mosaico da Cultura Japonesa, inserido na programação oficial do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, idealizado pelo Grupo Yano na pessoa da produtora cultural Celina Yano.
Aos nossos irmãos da Terra do Sol Nascente, um sincero arigatô pelo grande legado de sabedoria à nossa Terra de Santa Cruz—Brasil, maio de 2008.

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