A Lapa e a Vila Leopoldina ganham, a cada dia, ares diferentes. Se antes eram considerados bairros industriais, habitados por famílias mais tradicionais, hoje o perfil já se modificou bastante. Um dos indicadores desta mudança é chegada de novos bares, restaurantes e casas noturnas, além da consolidação daqueles mais antigos, que acompanharam a expansão da região, que passa a ser referência também para quem busca diversão.
Por exemplo, nada mais bacana do que se aventurar em petiscos bastante excêntricos como os do Aperitivos Valadares: testículos de boi e de galo preparados à doré, à milanesa ou ao alho e óleo, por exemplo, são um desafio ao estômago dos clientes. A lista não pára aí e inclui rã à milanesa, chouriço, codorna frita e jiló à vinagrete. Fundado em 1962, o pioneiro bar lapeano continua atraindo cada vez mais gente para o bairro: tanto na matriz quanto nas três filiais, também na Lapa. Segundo o gerente Maurício Morais, o Valadares passou por uma reforma recente para melhor atender aos clientes. “A impressão que temos é que as pessoas que se mudaram da Lapa estão voltando para o bairro, trazendo os filhos, por conta das mudanças que estão acontecendo e até mesmo da verticalização. É um público bem interessante”. Maurício ainda diz que o sucesso do Valadares se deve, principalmente à dedicação dos proprietários, que estão nas casas diariamente: “É um negócio de família. Eles dedicaram a vida ao bar”. Somente no maior bar, passam cerca de 4 mil pessoa por mês e o movimento é maior às sextas e sábados.
E por falar em tradição, a dica para almoçar e curtir a happy hour é o Cacilda. O bar-restaurante ocupa, há seis anos, uma charmosa esquina ao lado do Teatro Cacilda Becker. Sua ambientação, espelhada no passado, combina fotos em preto e branco e coleções de objetos antigos. Também já bastante conhecido no bairro e na cidade é o Dona Felicidade. Num galpão espaçoso, onde já funcionou uma fábrica de papelão, o bar está desde 1996. Dona Felicidade Bastos, mãe dos sócios Toninho e Sérgio, chefia a cozinha e é dela as cobiçadas receitas que fazem sucesso na casa, como o desmaiado, sobremesa feita com maria-mole, creme de leite, leite de coco e leite condensado.
Entre os bares e restaurantes mais “jovens”, mas não com menos qualidade, a dica é conhecer A Lapinha. Na Vila Romana há quatro anos, o boteco recebe clientes atrás de seus apetitosos tira-gostos. Num curioso programa de fidelidade, a casa usa um relógio e cartões de ponto para saber quais freqüentadores assíduos passam mais tempo no bar. No fim de cada mês, os campeões faturam prêmios. Já no Maria Lima o diferente é que o cliente pode escolher em que tipo de copo quer tomar cerveja: são seis modelos, entre eles o americano e o old fashioned. E a casa está ficando conhecida por ser freqüentada principalmente por moradores da Vila Leopoldina.
Badalado também é o Magnatas Bar, na City Lapa. O forte deste bar é o happy hour double e a feijoada de carnes nobres. Já no bar Anhanguera, você pode conhecer e saborear o que há de melhor em cerveja artesanal, produzida em todos os cantos do País. Todos os petiscos são preparados com ingredientes típicos. E no Magnólia Villa Bar o saudosismo passa pelo piso original de ladrilho hidráulico, pelos surrados tijolinhos das paredes e pela decoração repleta de objetos do tempo do onça. A música ao vivo – brasileiríssima – é da melhor qualidade.
Se a idéia é fazer um programa mais requintado, vale conhecer o Imperatriz Villa Bar, na Vila Leopoldina. Numa rua arborizada e repleta de novos edifícios residenciais, a casa chama atenção pela imponente fachada e pelos bonitos ambientes – um deles com MPB ao vivo. Os saborosos espetinhos, oferecidos à la carte, chegam à mesa em travessas de porcelana, acompanhados de molho à escolha.
Agora, se a idéia é mesmo cair na balada, vale começar pelo Atol, também na Vila Leopoldina, sempre lotado. O ambiente lembra os bares praianos, com música ao vivo e muita animação no happy hour. De lá, basta escolher entre as casas noturnas da região. Uma delas é a Pachá, do Grupo Sirena. A rede Pachá foi criada na Espanha e hoje está presente em cerca de 20 países. Prato cheio para quem curte música eletrônica, a Pachá traz um novo conceito de glamour para a noite da metrópole.
Outra opção é a responsável por incluir a Vila Leopoldina no mapa de agitos da cidade: o Diquinta. No galpão próximo à Ceagesp o clima é festivo, com alta concentração de fãs de samba-rock na faixa dos 20 e poucos anos. A moçada curte os shows, que variam a cada noite.
Também recém-chegado à região é o Sampa Hall, que ocupou o espaço do antigo Olympia. Com estilo bem diferente, a casa traz noites de pagode e funk. Para quem gosta, é diversão garantida. E o The Week, um megaprojeto que inclui até mesmo piscina e pista de dança particular. A casa ficou famosa por, a cada semana, inovar com uma programação diferente, e aos sábados, promover festas direcionadas ao público GLS.