23 de setembro marca o início da primavera. A natureza desperta, após os frios e escuros meses de inverno. Dentro de nós começa a surgir uma agradável sensação de que a vida recupera seu esplendor. Para deixa-la mais colorida, nada melhor do que trazer as flores e as plantas para mais perto de nós. A rotina árida de São Paulo pede esse toque de alegria, em que perfumes e cores agem como verdadeiros bálsamos.
O Ceagesp é um bom lugar para quem quer comprar mudas e acessórios para o cultivo das mais diferentes plantas e flores, ou para incrementar jardins e qualquer outro ambiente. A Feira de Flores, no entreposto da Vila Leopoldina é considerada a maior do mundo no gênero: reúne cerca de 1100 produtores de vários municípios paulistas – Mogi das Cruzes, Holambra, Atibaia, Bragança Paulista, Bom Jesus dos Perdões, Arujá, Embu das Artes, etc. –, que expõem e comercializam seus produtos no atacado, semi-atacado e varejo.
De acordo com o coordenador da seção de Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, Flávio Godas, o volume médio movimentado pelo Mercado de Flores é estimado em 2,5 mil toneladas por mês. Em datas especiais o fluxo de consumidores aumenta e a oferta de produtos também.
“Trabalho na Feira de Flores há dez anos”, conta Miguel da Silva Santos, da Flora Kimura, produtora do Embu das Artes. Duas vezes por semana, ele, e tantos outros trabalhadores, enfrentam a mesma rotina: chegam por volta das dez da noite ao Ceagesp para começar a preparar a feira, que abre ao consumidor às 5h da manhã. Além dos crisântemos, também as rosas, violetas, orquídeas, tulipas, cravos, girassóis e gérberas destacam-se entre os campeões em vendas. “Em cada estação, floresce um tipo de flor”, lembra Miguel. Ele diz que, agora, na primavera, é a vez das sálvias, tagetes, cristas de galo, beijinhos, cravinas e begônias.
Outra bela flor que desabrocha por volta do mês de setembro é a azaléia. “A poda tem que ser feita nos meses de novembro a janeiro, porque flor só dá no broto novo”, diz o produtor Mário Oka, de Mogi da Cruzes. Ele ensina uma receita básica de adubo para cuidar da azaléia: misture um quilo de adubo químico, um quilo de farinha de osso e a mesma quantidade de torta de mamona. “Coloque uma vez por mês que não deixa queimar a planta”. A azaléia também gosta de água quase todo dia e se adapta bem em qualquer ambiente.
Circulando por entre tanto verde, encontramos algumas curiosidades: mudas de bananeiras, cactos nos mais variados formatos, flores que parecem feitas de plástico, tipos exóticos e até mesmo um repolho ornamental. “Este repolho floresce no inverno. Quanto mais frio mais roxo ele fica”, conta o produtor Antônio Narita. Segundo ele, o repolho pode ser cultivado tanto em vaso quanto em jardins, não é comestível e é uma novidade na área de ornamentação. “As pessoas ainda acham estranho, mas no exterior ele é bastante usado como enfeite”.
Floriculturas, mercados, feiras e sacolões são os principais compradores no mercado de flores do Ceagesp. Eles compõem 40% do público, além de paisagistas (15%), distribuidores e funerárias (5%) e o chamado consumidor final (35%), entre outros. Uma dica é chegar bem cedo para aproveitar ao máximo as compras. Um bom programa para as manhãs primaveris, não acha?