O desafio da educação

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Lapa, Lapa de Baixo e Alto da Lapa. Para moradores de outras regiões, isso parece muito confuso. Mas para quem mora ou trabalha no bairro, existe uma diferença grande entre esses lugares. Antigamente podia-se distinguir com mais clareza a região: a Lapa propriamente dita era o centro dela, região da rua Doze de Outubro, lugar de muito comércio; o Alto da Lapa era formado basicamente por residências e a Lapa de Baixo tinha uma vocação mais industrial, com moradias para operários. Hoje o bairro todo se confunde em moradia, comércio e serviço. A Lapa tem uma situação privilegiada dentro da cidade de São Paulo: acesso facilitado pelas marginais, nas suas extremidades, e grandes avenidas ao seu redor. É servida por muitas linhas de ônibus, trem e o metrô chega bem próximos (na Vila Madalena, na linha azul, e na Barra Funda, na linha vermelha).
Para moradores ou não, a Lapa oferece um leque enorme de boas opções, que vão desde escolas municipais até grandes colégios particulares e ainda uma gama de excelentes cursos universitários.

Ensino básico

Para o ensino fundamental e médio, a Lapa tem uma boa infra-estrutura na área de educação, contando com colégios públicos, municipais e estaduais, e uma ampla rede de escolas particulares, do berçário até o ensino médio. Segundo Rosilene C. Xavier, responsável pelo setor de demanda da Zona Oeste da Secretaria Municipal de Educação, a Lapa tem hoje 40 escolas infantis (CEIs e EMEIs) e 45 escolas de ensino médio e fundamental (EMEMFs), totalizando 74.174 alunos. As escolas particulares chegam a 63.
De dez anos para cá, a construção de vários empreendimentos imobiliários, trouxe muita gente para morar aqui, gerando abertura de um comércio novo e variado. Mas os novos moradores pouco procuram a rede pública, segundo as fontes ouvidas. A grande maioria dos alunos vai para as escolas particulares. Outro dado importante é que muitas escolas municipais e estaduais atendem alunos de bairros próximos à região, que são trazidos por pais que trabalham ou passam por aqui. Algumas EMEIs estão sendo fechadas por falta de alunos e o transporte público escolar gratuito tem trazido alunos da Brasilândia e até de Taipas para cá.

Ensino superior

Aproveitando essa boa malha de tráfego e alguns amplos terrenos à disposição na região, algumas faculdades resolveram se instalar aqui ou ampliar seu campus. A mais antiga delas certamente são as Faculdades Integradas Campos Salles, cujo complexo educacional já tem 83 anos. A origem da escola está intimamente ligada à história do bairro: a Lapa ficava distante do centro e não possuía água encanada, ruas calçadas, iluminação e escola. Com o intuito de oferecer educação aos jovens do emergente bairro operário, em fevereiro de 1924, o professor Augusto Guzzo fundou a Escola de Comércio Campos Salles. Aos poucos ele abriu novos cursos: Guarda-Livros, Perito Contador, Propedêutico, Primário, Ginasial, Colegial, e em 1952, a Escola Normal Livre. A faculdade surgiu em 1971, inicialmente com o curso de Pedagogia. Depois vieram Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Comércio Exterior, Sistemas de Informação e Direito.
Também dentro da evolução do seu ensino, a Faculdade Módulo veio do Colégio Módulo em conjunto com o know-how da FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista. Com seis anos de existência e cerca de 600 alunos, a faculdade é uma referência na região no ensino da área tecnológica, com seis cursos superiores: Sistemas de Informação, Administração (TI e Gestão de Projetos) e Tecnologia (Redes de Computadores, Banco de Dados e Internet).
Há dez anos também se instalou por aqui a UNIP – Universidade Paulista. A decisão de instalar-se na Zona Oeste levou em conta alguns fatores, como o acesso fácil e a oportunidade de novos negócios, já que as localidades próximas careciam de uma grande universidade. Hoje são cerca de 8 mil alunos distribuídos em 14 cursos de graduação tecnológica, 23 de graduação tradicional, além de cinco cursos de pós-graduação e mais cinco cursos através do SEPI – Sistema de Ensino Presencial Interativo, que é semipresencial. Hoje, a UNIP está ampliando as instalações desse primeiro prédio e finalizando a construção de um segundo, para suportar a crescente procura de alunos.
De acordo com Edman Altheman, diretor acadêmico das Faculdades Integradas Rio Branco, a facilidade de acesso, a existência de edificação e local adequados foram decisivos para a vinda das faculdades nessa região, há seis anos. A unidade Lapa atrai alunos de uma região bem mais ampla: Freguesia do Ó, Pirituba, Casa Ver-de, Brasilândia, Parque São Domingos, Santa Cecília, Perdizes, Pompéia, Pinheiros, Osasco, Vila Leopoldina e Vila Hamburguesa. São 1.550 alunos em 13 cursos de graduação.
Outra grande universidade veio para a Zona Oeste e transformou a cara do bairro. Foi há cinco anos, quando a UMC – Universidade de Mogi das Cruzes aproveitou um terreno de pouco mais de 21 mil m2 e instalou seu campus nº3 na Vila Leopoldina. Próximo das Marginais Tietê e Pinheiros e de importantes rodovias (Anhangüera, Castelo Branco e Bandeirantes), a chegada desse estabelecimento de ensino trouxe grandes melhorias para o bairro, com a crescente instalação de pontos comerciais diferenciados, escolas e academias. São 4 mil alunos distribuídos pela manhã e à noite em 11 cursos de graduação tradicional, nove de graduação tecnológica e 16 de especialização, além de um curso de MBA.
A Lapa ainda oferece um curso superior, uma pós-graduação e três extensões universitárias em fotografia, na unidade Senac Lapa Scipião, com duração de quatro anos.

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