Festival Baile na Terra 2025 acontece no dia 20 de setembro, no Tendal da Lapa

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A quarta edição do festival traz o tema “A Hora da Onça Beber Água”, com shows, cortejo, gastronomia, arte e clima. Entrada gratuita.

No dia 20 de setembro, das 11h às 21h, acontece, no Tendal da Lapa, a 4ª edição do Festival Baile na Terra, que desde 2022 conecta música, arte e debate sobre o clima. Em 2025, ano em que a Amazônia será palco da COP30, o festival apresenta o tema “A Hora da Onça Beber Água”, destacando a onça-pintada (îagûareté) como guardiã dos biomas brasileiros, símbolo de resistência indígena e indicador de ecossistemas saudáveis.

Com programação gratuita e aberta ao público, o Baile na Terra 2025 reúne artistas de diferentes territórios e estilos musicais, unindo sons que vão do carimbó ao reggae, do manguebeat ao pop. Além dos shows, o evento conta com cortejo, gastronomia agroecológica, feira de produtos indígenas, oficinas e ações de mobilização social pela preservação das florestas e dos povos que nelas vivem.

O tradicional Bloco do Água Preta fará a abertura do evento. Há 12 anos o bloco celebra o Rio Água Preta e chega ao Baile na Terra com um cortejo de carnaval fora de época vibrante.

baile-na-terra-2025_atracao-felipe-lucioO encontro, inédito em palcos de festivais, entre Felipe Cordeiro, mestre da guitarrada paraense, e Lúcio Maia, a guitarra inconfundível do Manguebeat, representando também simbolicamente, pelo som das guitarras, um encontro de onças da Amazônia e dos manguezais da Mata Atlântica. Segundo Felipe Cordeiro, “dividir o palco com Lúcio Maia é uma alegria e uma honra. A guitarrada e o manguebeat conversam pelo símbolo e pela criatividade. É o Norte e o Nordeste, juntos falando alto e dando uma mostra da nossa diversidade”.

A programação musical segue com o afrofuturismo de Edgar e seu show REWIND, que conecta periferia e ancestralidade; a força da Música Popular Originária de Kaê Guajajara, voz que nasce da floresta e da favela; e a apresentação do coletivo indígena Kanewi, da etnia Kariri Xocó, trazendo os cantos e danças tradicionais dos Torés Fulkaxós. “Existe um grande poder em celebrações que unem narrativas por um mundo mais plural, vivo e pulsante. Esse baile é um convite para uma dança cósmica, um movimento de transformação e aprendizado.”, diz Kaê Guajajara.

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O festival também é um espaço de mobilização ambiental e social, com parcerias para venda de produtos indígenas em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e gastronomia da Cozinha da Ocupação 9 de Julho com menu assinado pela chef Jera Guarani, com menu orgânico e agroecológico.

Jonaya de Castro, diretora do festival diz que “O Baile na Terra é mais que um festival: é um chamado coletivo para debater o clima a partir da cultura. Ao unir cultura, música e arte, queremos inspirar a ação climática e fortalecer a mobilização coletiva, especialmente neste ano em que a COP30 volta os olhos do mundo para a Amazônia, para o Brasil e para a América Latina. É um momento para celebrar e reafirmar que a preservação do planeta depende do engajamento de todas as pessoas”.

O evento reforça ainda esse compromisso ambiental com a oferta de água gratuita em bebedouros, uso de copos reutilizáveis e gestão de resíduos.

A identidade visual da edição 2025 é novamente assinada pelo artista indígena Denilson Baniwa, que traz a onça como elemento central, simbolizando a força e a resistência dos biomas brasileiros.

As ações deste ano pelo Dia da Amazônia realizadas durante o mês de setembro por diversas organizações, movimentos e coletivos têm como mote “Celebrar a Amazônia e os biomas é soberania”. As atividades, de maneiras diversas, abordarão as ameaças e a emergência climática como fatores de relevância para a soberania nacional e para o dia a dia das pessoas e do planeta. Ao mesmo tempo, os organizadores de cada atividade pretendem comemorar a abundância da Amazônia e dos demais biomas brasileiros, em uma mensagem de otimismo.

O Festival Baile na Terra 2025 é uma realização do labExperimental e do Condô Cultural, com fomento do edital de Festivais de Música da Secretaria Municipal de Cultura. Tem apoio do Instituto Lamparina, Instituto Goethe, Instituto Clima e Sociedade (ICS), Instituto Socioambiental (ISA), do Megafone Ativismo e, além da parceria com o Tendal da Lapa e movimentos e coletivos culturais e ambientais.

Desde 2022, o festival, nomes importantes se apresentaram nos palcos do Baile na Terra. Entre eles, Gaby Amarantos e Russo Passapusso, do BaianaSystem, referência da cena contemporânea brasileira. Outros como os coletivos indígenas e de representantes de diferentes territórios, o festival cresceu como um movimento que conecta arte, diversidade cultural e ação climática, inspirando novas formas de celebrar e proteger a Terra.

Além de música e gastronomia, aos cuidados da Cozinha da Ocupação 9 de Julho e produtos indígenas do Instituto Socioambiental (ISA) e conheça a arte e a história da simbologia da onça-pintada.

Tendal da Lapa, Rua Guaicurus, 1.100, Lapa, entrada gratuita, ao lado do terminal da Lapa e estação da CPTM.

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