A mestra de cerimônia Nicoli Miranda, moradora da Lapa, tem no currículo mais de 5 mil eventos como mestre de cerimônia. Aqui ela conta um pouco de sua profissão.
A história de Nicoli começa em Angola onde nasceu. “Na época, Angola ainda era colônia portuguesa. Eu era menina quando chegamos ao Brasil. Aqui escolhemos a Vila Romana para morar e ainda estou aqui, felizmente!”, sintetiza.
Por aqui, estudou em escolas públicas na Vila Romana. Entre as coleguinhas de classe, cita Adriane Galisteu, hoje apresentadora e modelo. Fez balé com o Ismael Guiser, se formou em publicidade e cursos especializados na profissão de mestre de cerimônia.
Antes de ser uma mestra de cerimônia (como prefere ser identificada), foi atriz e atuou na novela infantil “O sonho de Luiza”, que foi apresentada na RedeTV!, “Fazia uma mulher má e adorava a personagem! Foi nesta época convidada para apresentar eventos, formaturas e senti que era uma oportunidade de trabalho interessante. Busquei cursos para me profissionalizar mais com outros profissionais da área”.
Na Idade Média, o arauto – um porta-voz real – é quem anunciava ao povo as resoluções reais e também recebia os convidados em festas da realeza.
Na atualidade, o mestre de cerimônia é o anfitrião oficial. Faz parte de seu trabalho, organizar os eventos e as cerimônias em todos os seus detalhes, horário, hierarquia de como as pessoas devem ocupar a mesa de um evento. Detalhes que poucos sabem, mas não passa despercebido pelo profissional como onde deve ficar as mulheres. “Por exemplo, respeitando a hierarquia, nunca uma mulher deve ficar na ponta da mesa. Ela ou elas ficam, sempre, entre os homens. É um detalhe que o público não percebe mas não pode passar despercebido por uma mestre de cerimonial”, explica.
Para Nicoli o evento perfeito, “É aquele que onde a mestra de cerimônia não é a estrela do evento! Ela precisa ser discreta, ter boa dicção, estar atenta ao roteiro da cerimônia ou evento”. Mas imprevistos acontecem. Nicoli conta que certa vez uma pessoa estava púlpito e de repente caiu desmaiado. A luz apagou e quem seria o próximo a ocupar o palco era o cowboy e empresário Beto Carreiro. Oportunamente, entrou a trilha sonora do Beto Carreiro e ele rapidamente retirou com muita perícia o homem desmaiado e voltou para fazer seu discurso. O público pensou que fazia parte do roteiro!”, conta com graça o ocorrido.
Entre mestre de cerimônia e cerimonialista, há diferenças, lembra Nicoli. “Mestra de cerimônia pode ser cerimonialista, mas o contrário não. A mestra se encarrega de toda a organização do evento. A cerimonialista, geralmente, apresenta e encerra o evento no palco!”, explica a elegante Nicoli.
Aliás a aparência para a mestra de cerimônia é um cuidado especial. Com Nicoli não é diferente. “Meu estilo é formal e mesmo para ir ao mercado não descuido da elegância”.
Na região, Nicoli já fez seu trabalho no Espaço Armazém, na Vila Leopoldina e no Flores da Varanda, na Vila Romana.
Entre os clientes que tem, cita o Congresso Internacional de Odontologia de São Paulo, “um dos maiores do mundo”.
Cerimônias de casamento é um dos trabalhos que ela gosta de fazer. Quando sou chamada, “Procuro conhecer a história do casal. Saber do que gostam, lembranças, momentos especiais, a família, as dificuldades e as alegrias. Daí escrevo o texto que é lido na cerimônia. Sempre é emocionante”, garante.
Os casamentos interreligiosas se tornaram comuns. E Nicoli lembra que nestas ocasiões, “É preciso respeitar a religião e a crença de cada um e da família. Todos os rituais são levados em conta”.
Conta que está sendo mais comum a cada dia as cerimônias de casais homoafetivos. Recentemente, Nicoli, como voluntária, celebrou o casamento de 36 casais homoafetivos no Club Homs, a convite da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. Conectada nestes novos tempos, para ela, “As pessoas querem mostrar à sociedade o seu amor! E as festas são as mais animadas!” (GA)
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