Cuidado com os olhos

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Paulo Augusto: umedecer os olhos

O tema que a edição de novembro do Guia Daqui vai abordar para a sessão Saúde é sobre o olho seco, uma afecção ocular bastante comum na área oftalmológica, cujo tratamento deve ser baseado em diagnósticos das características do quadro clínico.
O importante mesmo é que o paciente procure um médico especialista para uma indicação segura e jamais praticar a automedicação. Para falar melhor sobre este assunto, conversamos com Paulo Augusto de Arruda Mello, médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos, mestre e doutor em medicina (oftalmologia) pela Universidade Federal de São Paulo.
De acordo com a explicação do médico, o olho precisa manter-se úmido e lubrificado o tempo todo e cada um deles tem uma glândula lacrimal, cuja função é a produção da lágrima, uma composição de água, sais e um pouco de gordura que contibui para umedecer o olho e o fluido não evaporar. Fortes emoções, por exemplo, desencadeiam o choro, um excesso desse fluido que escorre nos dutos lacrimais e levam este excesso ao nariz. “Por isso observamos que quando as pessoas choram, assoam o nariz”, esclarece.
Tem pessoas que têm pouca produção de lágrimas ou vivem situações cotidianas que fazem o olho secar, como frequentar locais climatizados por ar-condicionado e ambientes enfumaçados, por exemplo, ou passar muito tempo em frente à tela do computador, explica, desidratando a superfície ocular. “Muitas pessoas sucumbem ao fascínio do computador e passam horas olhando para a tela. Isso diminui o ato de piscar os olhos e, consequentemente, causa a secura do olho”, alerta o médico.
Dependendo do diagnóstico, o tratamento pode ser bem simples, à base de colírios lubrificantes, ou “lágrima artificial”, diz. Mas recomenda: “o risco de usar colírios com drogas vasoconstritoras é o de criar dependência, e então pode ocorrer o rebote”. Um outro alerta feito pelo oftalmologista refere-se quanto ao uso de medicamentos à base de corticóide, que, se usado de forma indiscriminada, diz, a enfermidade pode evoluir para a catarata e o glaucoma.
Segundo o médico, há hoje, no Brasil, 1 milhão de portadores do glaucoma, uma doença grave que pode causar cegueira irreversível.
Atualmente, Paulo Augusto de Arruda Mello é Professor do CDG do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da UNIFESP.

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