Josyane Melo é uma simpática e bonita gaúcha de Caxias do Sul e um nome pouco conhecido do grande público, ainda. Há dez anos em São Paulo, ela é a vocalista da Banda Glória e já cantou em barzinhos na Vila Madalena, no Bixiga e alguns outros bairros. Sem pressa e com muita disposição, ela vem conquistando seu lugar no mundo da música. Na Banda Glória, que costuma se apresentar no Aldeia Turiassu e outros bons salões da cidade, ela canta Noel Rosa, Cartola, Chico Buarque, Paulinho da Viola e muito mais.
“Minha mãe tocava acordeom e nós participávamos em grupos de dança e canto de CTGs*. Canto desde os oito anos de idade”, ela lembra. E Josyane não parou mais. No final de 2007 ela lançou seu primeiro CD, chamado Origami, com músicas que fizeram parte da vida da cantora. Ela conta: “O disco é uma retrospectiva da minha infância. Quando comecei a pesquisar, fui quase a 300 músicas. Foi uma loucura chegar até as que fazem parte do disco”. Gravado em 2001 e 2002, ela não se preocupou em lançá-lo rapidamente. “Me ocupei com shows em vários lugares”, diz. E foi bom, porque o disco foi lançado com o selo Chita Discos, do cantor e compositor Chico César. A produção foi feita em parceria com o renomado violinista e compositor Swami Jr.
Tudo isso provocou um disco suave, cantado por uma bela e sofisticada voz. Um disco gostoso de ouvir e longe da febre de música eletrônica atual. “Dou um ar mais moderno às músicas, sem pender para a eletrônica. Os mais curiosos vão gostar do disco”, arrisca. O CD tem compositores consagrados, como Milton Nascimento e Lupicínio Rodrigues, e gente mais nova como Evandro Camperom. Destaque para Rainha dos Sete Mares, que foi gravada por Elza Soares em 1976.
Josyane mora na Lapa há quatro anos, numa rua tranqüila e arborizada. “Eu adoro a Lapa, moro numa casa grande, conheço o vizinho, vejo gente passeando com cachorro. Morar aqui me remete à minha cidade no Sul. Não consigo me ver morando em outros bairros”, confessa.
E o que ela espera do disco? “Não acho que vai vender pra caramba, mas vai ser gostoso se eu ouvir tocando no rádio”.
* CTG – Centro de Tradições Gaúchas