Abrir um livro e deixar-se levar pelo mundo de histórias que se apresenta. Esta é uma das melhores sensações que alguém pode ter: ler aguça a imaginação e os livros são uma fonte inesgotável de cultura e informação.
Entretanto, no Brasil as pessoas ainda lêem pouco. O brasileiro lê, em média, 1,8 livros por ano, segundo pesquisa da Câmara Brasileira do Livro e de entidades ligadas a editores. Na França, o índice é de 7, e na Colômbia, de 2,4. Além disso, cerca de 10% das cidades do País não têm bibliotecas públicas.
Na tentativa de reverter o baixo interesse dos brasileiros pelos livros, iniciativas públicas e privadas de incentivo à leitura se multiplicam. O movimento pode ser medido pelo número de ações cadastradas no Plano Nacional do Livro e Leitura, articulado pela União, mas que possui a participação dos Estados e municípios e da sociedade civil.
Lançado em março de 2006, o programa praticamente dobrou o número de iniciativas cadastradas em um ano, de 162 para 306. Há outras cem ações ainda sob análise da coordenação do plano.
Além disso, o prêmio VivaLeitura (promovido pelo governo federal e pela Organização dos Estados Ibero-Americanos, patrocinado e realizado pela Fundação Santillana) recebeu 3.031 projetos em 2006, que estão sendo sistematizados e também poderão ser incluídos no plano nacional.
O Plano Nacional do Livro e Leitura visa integrar ações que vão desde o programa da União de distribuição de livros didáticos para o ensino básico, que consome R$ 571 milhões, até projetos não-governamentais como o do Instituto Ecofuturo (“Ler é Preciso”), que premia crianças e jovens em concursos de redação, além de doar bibliotecas comunitárias.
Na região
As bibliotecas localizadas na Lapa também desenvolvem projetos de incentivo à leitura. A Biblioteca Clarice Lispector, por exemplo, conta com um acervo de 39 mil exemplares. Além de empréstimo de livros, revistas e outros materiais, são promovidos eventos culturais como encontro com escritores, exposições, cursos, oficinas, palestras, entre outros. Estas atividades também acontecem na Biblioteca Cecília Meireles, que dispõe de um acervo de 43 mil exemplares. Quando foi inaugurada, a Cecília Meireles contava com espaços para jogos e revistas, pintura, cerâmica, modelagem e teatro de fantoches. A “Hora do Conto” era uma atividade muito apreciada pelos freqüentadores assim como palestras alusivas às datas históricas. O programa “Escritor Brasileiro”(1990), hoje “Escritor na Biblioteca”, possibilitou que a unidade recebesse vários escritores, como Lia Campos Ferreira, Maria Lúcia Sampaio Góes, Luiz Camargo e outros. O projeto “Leitor Infinito” a partir de 1990, oferecia oficinas de leitura e poesias com a orientação das contadoras de história.
Já a Biblioteca Mário Schenberg conta com um acervo de aproximadamente 59 mil exemplares, além de acervo braile. A biblioteca participa do projeto Ler para crer e possui também documentação sobre a Lapa no Núcleo Museológico Miguel Dell’Erba, criado em 1984. A novidade é que a Mário Schenberg abrirá, agora em novembro, um espaço totalmente dedicado às crianças, e a biblioteca também está recebendo o Telecentro. Uma boa dica neste mês em que se comemora o Dia Internacional do Livro, 23 de novembro.
Fonte: www.folha.com.br