A infância de antigamente era na rua, correndo atrás de bola ou de alguma pipa, brincando de esconde-esconde ou de pega-pega. Agora a infância se passa dentro de alguma escola (as crianças entram para o maternal e pré-escola) e, quando estão em casa, ficam trancadas jogando videogame ou no computador. Essa mudança de hábitos acarretou um problema em níveis alarmantes: a obesidade infantil, que já atinge 10% de brasileiros.
O sedentarismo e uma forte mudança nos hábitos alimentares contribuíram enormemente para esse problema. As mães, agora trabalhadoras em tempo integral fora do lar, partiram para uma alimentação mais rápida e prática: hambúrgueres, enlatados em geral, frituras, bolachas e todo tipo de fast-food passaram a fazer parte do cardápio diário da garotada. Claro que o fator genético também ajuda, mas como mudar isso?
A médica Gisele Mª Marino Totaro convive com esse tipo de paciente e começa o diagnóstico tentando identificar os fatores que estão desencadeando esse desequilíbrio. “Se uma criança for obesa, a probabilidade de ser um adulto obeso é muito maior”, diz ela.
Existe uma curva, usada pelos pediatras, para acompanhar a altura e o peso da criança, mas fatores genéticos também devem ser levados em consideração. “Nesse caso, é preciso olhar para pai e mãe também”, explica a médica. O Índice de Massa Corporal (IMC) é um bom indicador para adultos e crianças do peso adequado. Faça peso dividido pela altura, multiplicado por dois. O resultado pode ser um número entre 24 e 30. Acima disso começam os problemas de obesidade.
Uma das armas para o controle da saúde é a medicina ortomolecular. A Dra. Gisele explica que “a medicina ortomolecular tem a visão do todo da criança, em detalhes – como ela dorme, como se comporta, se prefere doce ou salgado – e a partir daí tentamos equilibrar, em termos enzimáticos, o que está faltando para essa criança queimar a gordura em excesso”. Ela também faz uso de medicamentos fitoterápicos, homeopáticos e até florais, além de indicar outros especialistas (psicólogo, nutricionista) para acompanhar o caso. “O tratamento ortomolecular não é só perder peso, ele visa o equilíbrio do organismo”, diz ela.
Mudar os hábitos alimentares é um bom começo. “A criança deveria comer mais frutas, hortaliças, cereais, pão integral, e diminuir muito doces e frituras”, alerta a médica.