Colocar uma mãe ou um pai, ou algum parente próximo, numa casa de repouso é um momento delicado na vida de muitas famílias. Nessa hora, é importante avaliar todas as possibilidades ao redor. Se o mais indicado for uma casa de repouso, é hora de procurar o mais adequado.
São muitos os motivos que levam uma família a colocar um parente numa dessas instituições. Mas segundo Aline Campos de Souza Mendes, da Casa de Repouso Alvorecer, quem deixa um parente num lugar desses “quer dar uma vida digna ao idoso”. Ela trabalha há 30 anos administrando casas de repouso e há um ano está na Lapa. Ela revela: “São pais e mães que cuidaram a vida inteira dos filhos e no final merecem o melhor”, diz. “Geralmente são filhos que colocam seus pais, mas tem casos de irmãos e aqui tenho até uma esposa que colocou o marido, que é muito grande e ela não tem forças para cuidar dele”, explica ela.
A vida agitada e corrida de uma cidade como São Paulo, onde todo mundo trabalha, tem filhos na escola ou na faculdade, faz das casas de repouso um lugar seguro para deixar seu ente querido. “Quem acha que o ambiente é de tristeza está errado: tudo está limpinho, os velhinhos cuidados, alimentados, tem fisioterapeuta que brinca com eles, alguns jogam dominó, gostam de ler, ver televisão”, explica Aline.
Às vezes, a internação ocorre por alguma doença, como revela Aline: “São pessoas sadias fisicamente mas que têm Alzheimer, esclerose ou Parkinson, que fica difícil para uma pessoa cuidar em casa, dar banho, medicação, alimentação”. Na Alvorecer ela oferece médico (que não fica direto lá, mas está à disposição a qualquer momento), enfermeiras, orientação de nutricionistas e fisioterapeutas.
Aline procura trabalhar com amor e carinho, como ela mesma diz: “É claro que tem a parte comercial, mas tem que trabalhar com amor e seriedade, porque temos que prestar conta para muita gente: Vigilância Sanitária, Coren, Poder Público, para as famílias, para mim mesmo, para minha consciência”. Ela cuida de 22 pessoas atualmente, sendo apenas cinco homens. O mais novo tem 68 anos e o mais velho é uma senhora de 102 anos. Alguns já estão com ela há seis anos. Na Alvorecer eles contam com enfermagem 24 horas por dia e fisioterapeutas duas vezes por semana, além de uma equipe diária de sete pessoas, entre serviços gerais, técnicos de enfermagem e Aline, que faz um pouco de tudo.