Noites de reflexão

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Terceira edição do evento Diálogos Contemporâneos trouxe Wagner Moura ao bairro da Lapa.

Em 23 de junho, o Senac Lapa Scipião promoveu a terceira edição do Diálogos Contemporâneos, evento que tem como proposta, promover o pensamento contemporâneo, trazendo artistas para um diálogo dentro da escola. De acordo com a artista plástica, professora de Filosofia e escritora brasileira Marcia Tiburi, mediadora do evento, “o diálogo é o método. O ambiente é o contemporâneo. E os personagens somos nós, estudantes, professores e interessados em interação com artistas, pensadores, cineastas, músicos, que têm afetado a sensibilidade do nosso tempo”.

Nas duas primeiras edições do evento, as convidadas foram respectivamente Pitty e Karina Buhr, ambas cantoras e compositoras. Já nessa última edição, Marcia recebeu o ator e diretor Wagner Moura para um bate-papo sobre diferentes questões que permeiam a sociedade, dentre elas a nossa malfadada política atual, o papel dos governantes brasileiros e de como eles chegaram no poder, a educação atual, além de outros assuntos, como a relação entre pais e filhos e a escolha da profissão por parte dos jovens. A obra e a vida do artista também foram discutidas naquela ocasião, seguindo a linha das duas edições anteriores do evento.

wagner moura_senac15-DL-TGCom plateia lotada, Wagner que interpretou personagens marcantes, como Capitão Nascimento, no filme Tropa de Elite, e Pablo Escobar, na série Narcos, disponibilizada pela Netflix, foi questionado sobre quem ele era e respondeu com a seguinte frase: “sou baiano, um mulato baiano, filho de um nordestino saudoso, que tinha fome intelectual e que se formou advogado com muito esforço. Ele ouvia Luiz Gonzaga… e foi uma influência muito forte na minha vida com sua vontade de buscar, de aprender…”, disse.
Wagner contou também como escolheu o curso de Comunicação Social para agradar seu pai. “Ele não ficou muito feliz… queria que eu me formasse em Medicina. Achei que ele iria ficar menos decepcionado se eu me formasse em Jornalismo. Imagina naquela época (década de 1990), dizer a ele que eu queria mesmo cursar Teatro… seria uma decepção (risos). Mas meu pai viveu para ficar feliz com a minha escolha”, declarou.

Para complementar, Wagner falou sobre sua experiência em interpretar Pablo Escobar. “Eu faço as coisas para aprender e melhorar como pessoa. Inclusive interpretando Pablo Escobar. Os personagens sempre estão dentro de mim, porque minha arte se dá no corpo. É uma questão de empatia. Eu busco o que eu tenho do personagem dentro de mim. Pablo, por exemplo, era um ser humano e amava seus filhos… sendo um ser humano, ele e nós também, somos capazes de tudo e quando a gente busca, a gente acha”.

Para finalizar, Wagner respondeu a algumas questões da plateia e falou sobre a sua estreia como diretor no longa-metragem Marighela, que tem roteiro baseado no livro “Marighela, o guerrilheiro que incendiou o mundo”. Diálogos Contemporâneos terá uma ou mais edições ainda este ano, ainda a serem confirmadas. (ND)

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