Movida a desafios

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Esbelta, bonita e carismática… é assim que muitos definiriam essa moradora da Lapa. Entretanto, por trás dessa delicadeza, se esconde uma mulher que vai fundo em seus objetivos, adora um desafio e concilia suas funções de médica, empresária e praticante de esportes extremos.

Muitos já viram Karina Oliani na televisão em programas como Rolé (SporTV), Rota Radical (Rede Record), Extremos (Multishow) e na série Do Jeito Delas (Canal Off). Também já sabem que ela é praticante de esportes extremos, como: escalada em rocha, motocross, canoagem (caiaque), rapel, snowboard, surf, paraquedismo, montanhismo, bungee jump, corridas de orientação, downhill, esqui aquático, bobsledding, slalom, snowmobile, asa-delta, sandboard, entre outros. O que muitos não sabem, entretanto, é que ela não só concilia todas essas tarefas com maestria, mas ainda é médica, aliás, a única médica brasileira a ter o título de especialista de medicina de emergência e resgate em áreas remotas. Seu segredo? Ela responde que é amar desafios e acordar todos os dias com a certeza de que vai superar algo muito difícil de conseguir. “Não posso ser desafiada, mesmo que seja por mim mesma. Essa sensação de realizar algo difícil é muito importante para mim desde que eu era bem pequena”, revela.

Mas não é só isso. Karina afirma que não tem superpoderes ou superdons, como poderiam supor. Ela diz que tem, sim, vontade, determinação e muita disciplina. “Minha mãe dizia que eu era determinada, meu pai me chamava de persistente e meu namorado de teimosa (risos). Na verdade eu sou mesmo cabeça-dura e sei que esse meu gosto de vencer desafios sempre ajudou a conquistar meus objetivos. Estou acostumada a insistir, a ter essa persistência. Não nasci com grandes dons, mas eu acredito que mesmo as pessoas que nascem com eles, se não tiverem determinação e disciplina, não chegam muito longe”, declara.

Karina conta que, como seus pais sempre souberam que ela se movia por desafios, usavam muito bem essa “tática” quando queriam que ela fizesse algo novo. “Era só ouvir ‘acho que ela não consegue’, que eu já começava a mostrar que conseguia, sim, como não?!” E graças a essa “estratégia” familiar, aliada à sua perseverança, ela conseguiu acumular muitas vitórias e títulos inéditos em seus 32 anos de vida. Seu fascínio por atividades que envolvem aventura e adrenalina a levaram a saltar de paraquedas (duplo) e a concluir seu curso de mergulho autônomo aos 12 anos. Aos 17, já era bicampeã brasileira de wakeboard e recordista em apneia. Nessa época, prestou vestibular para diferentes áreas, passando em quase todas, menos em uma: medicina, curso que obviamente tentou de novo por ter sido desafiada e, finalmente, ingressou. “Meu objetivo ao entrar em medicina era trabalhar com emergência, que é muito desafiante, principalmente porque, por mais conhecimento que se tenha, sempre vai chegar um paciente no pronto-socorro com sintomas diferentes, que me desafiará a dar o diagnóstico e o tratamento corretos em questão de minutos. É disso que eu gosto.”

Enquanto cursava medicina, Karina também trabalhava como instrutora de mergulho nos finais de semana, e só parou em 2006, quando começou a apresentar o programa Rolé, do SporTV, onde ficou dois anos.

Em 2007, Karina viajou até os Estados Unidos para se especializar em uma área médica até então desconhecida no Brasil, wilderness medicine. Ela também fundou a Sociedade Brasileira de Medicina em Áreas Remotas e Esportes de Aventura, na qual é presidente e tem como objetivo divulgar e fortalecer esse novo conceito de médico. Como médica, tem grande preocupação com as pessoas, desenvolvendo projetos de interesse coletivo para populações em risco e engrossando o time de médicos que voluntariamente trabalham em ações humanitárias. “No final de 2014, fui para Uganda e Etiópia trabalhar em cirurgias de transplantes de córnea. Também já fui para Ruanda, em 2011, pelo mesmo motivo”, relata.

Entre 2008 e 2013, ela ainda encontrou tempo para realizar alguns de seus sonhos: escalar 4 das 7 maiores montanhas do planeta – a Elbrus, o Kilimanjaro, o Aconcágua e o Everest, a maior montanha do mundo. “Antes de escalar o Everest, trabalhei lá como médica por quatro meses, atendendo a equipe de esportistas e pensando que um dia eu estaria entre eles, no topo.”

Após sua experiência como médica e depois como esportista no Nepal, Karina resolveu retribuir esse país que se identificou muito, tanto com a cultura como com os habitantes locais (sherpas). Um dos projetos de Karina foi o financiamento do sistema de água no vilarejo Bhamdaka, próximo ao vilarejo onde o Pemba, um de seus companheiros de escalada no Everest, nasceu.

A ideia surgiu quando Pemba, que a acompanhou ao topo do mundo, comentou sobre a dificuldade das nepalesas dessa vila de 15 famílias em transportar água até suas casas: algumas andam em média 2 quilômetros carregando um balde de água para cozinhar, lavar e beber. Com a ajuda financeira de sua família, Karina inteirou a verba para implantar as obras de encanamento de água em Bhamdaka e assim facilitar um pouco o dia a dia desses nepaleses.
Com experiência acumulada e tudo o que já realizou e realiza como esportista, médica e apresentadora de TV, Karina, há cinco anos fundou sua própria produtora, a Pitaya Filmes, com sede na Lapa, que já produziu programas de esportes radicais e extremos para diferentes canais de televisão. Ela diz que todos os seus trabalhos acabam se complementando, pois todos têm a ver com superação, desafios, adrenalina. Para este ano, Karina promete muitas aventuras radicais e programas diferentes produzidos pela Pitaya. “Em março, o Discovery estreará uma série que produzimos que aborda a sobrevivência de esportistas em locais extremos sob os aspectos médicos. Na metade do ano, estrearemos no Off com programas que filmaremos em 10 localidades diferentes do mundo, como Sri Lanka, Bahamas, Botsuana, entre outros”, diz.

facebook.com/karina.oliani

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