Especialista em carros antigos

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Especialista em carros antigos

Desde os anos de 1960, João Altir Rondini se viu entre o ronco de motores e muita gasolina. 

A paixão pelos carros, passada de pai para filho, se transformou num trabalho minucioso e bastante requisitado por colecionadores de todo o Estado.
Quando a oficina da rua Carlos Weber abriu, em 1960, João tinha 12 anos. Seu pai estava à frente do negócio e consertava a parte mecânica dos veículos da época, como Sinca, Aero Willys, Gordini. João conta que, para ele, sobravam duas opções: estudar ou ajudar o pai. “Eu não gostava de estudar, então ficava todas as tardes ajudando meu pai a mexer nos carros”, confessa.
E entre ronco de motores e muita gasolina, João foi tomou gosto pela profissão do pai. Muita coisa aconteceu durante esse tempo: a oficina mudou de prédio, mas continua na mesma rua; o pai de João faleceu e ele resolveu se especializar em carros antigos. “Isso aconteceu por volta de 1990, quando os injetados, dos quais eu não gosto, começaram a inundar o mercado”, diz.
Hoje, com 61 anos, e à frente da oficina, João é bastante requisitado por apaixonados por carros fabricados entre 1950 e 1970. Seus clientes se dividem em dois: os restauradores e os “hot” (aqueles que gostam da aparência dos veículos, mas que personalizam a mecânica). Seu trabalho é bastante minucioso e agrada a exigente clientela. Um carro que entra na oficina passa por muitos processos até ficar perfeito. “Primeiro ele é desmontado. Vai para o vidraceiro, tapeceiro e para o funileiro. Depois de terminada a funilaria, ele é pintado e chega para eu cuidar da restauração mecânica. Quando eu o recebo, só vejo o monobloco. Coloco o motor, o câmbio, a suspensão do modo como é o original. Tudo é tratado dessa forma, até os parafusos. As últimas etapas são a parte elétrica, a vidraçaria e a tapeçaria. Aí ele está pronto para rodar”, descreve João.
O trabalho é demorado. João conta que, em média, leva de um ano a um ano e meio na restauração de um veículo. Mas o resultado compensa, pois ele é entregue novo ao seu proprietário. Entre os veículos que ele está restaurando atualmente, há um Maverick 76, que, quando pronto, será destinado a seu filho. Afinal, como diz o velho ditado popular “filho de peixe, peixinho é”.

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