Vivendo a vida sem pressa

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Marino em seu “Mokó”

A placa Mokó pendurada na porta de aço desperta a curiosidade de quem passa na Rua Aurélia. Mokó é o nome da oficina montada em 2002 por Marino Milhoranza Sandrini, quando resolveu se aposentar. É aqui onde ele passa boa parte dos seus dias entre ferramentas e máquinas ou conversando com os amigos que chegam para papear. Ou fumando seu cachimbo e vendo a vida passar à sua porta.
Marino ou Sandrini, como é conhecido, chegou à Lapa com três meses de idade vindo de Serra Negra, interior paulista. Chegou com a família que se juntou aos parentes que já moravam em uma vila na Rua Tito.
Sua vida pessoal e profissional sempre esteve ligada ao bairro. “Morei em três casas aqui na Lapa. Sempre morei em casas. Foram 22 anos na Rua Marco Aurélio; 33 anos na Coriolano e nos últimos 20 anos, na Marco Aurélio em uma casa com pomar que gosto de colher as frutas”.
Aos nove anos, já trabalhava engraxando sapato e entregando leite e marmitas pela Lapa. “Queria ter meu dinheiro e sempre tive essa independência econômica”. Foi barbeiro aos 13 anos e dos 15 aos 22 trabalhou com o pai (Domingues) em uma fábrica de caixas d’água na Rua Dinieper, na Ipojuca.
Queria ter o próprio negócio. A loja de material de construção cresceu e virou uma construtora, e chegou a empregar 600 funcionários. Aos 63 anos, em 2002, resolveu se aposentar. E desde então, vem à sua oficina, seu hobby, fazer algum trabalho, mas “o que quero, se eu quero fazer”, afirma com um sorriso.
Diz que “vizinhos e amigos que conhecem a ‘Mokó’ vêm aqui pedir para eu fazer alguma coisa. Quando estou com vontade, faço. Mas isso não é um negócio, é meu lazer. Tem gente que entende, outros não”, explica ele.
Foi na Lapa, em 1960, que casou com dona Neide. Com ela teve os filhos Sérgio e Ana Lúcia, que lhe deram até o momento quatro netos.
Marino lembra dos carnavais da Lapa. Ele e os amigos desfilavam com um dos seu sete Ford 1929 que já teve, outra das suas paixões. “O primeiro comprei aos 16 anos. Consertava e vendia quando achava outro melhor. O atual tem ate placa preta, de colecionador, e tem quem quer alugar para casamento.  Mas não tenho interesse”.
E assim, ele passa os dias, curtinho sua aposentadoria e fazendo o que quer, quando lhe dá vontade.

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