Um bamba do samba

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Osvaldão: Legendário do samba

Na cidade de São Paulo ele chegou com apenas catorze anos e tinha o mesmo propósito que a maioria das pessoas que se atrevem a viver por aqui: alcançar dias melhores na vida com a ajuda do entusiasmo para aproveitar as oportunidades que, inegavelmente, a cidade produz. Alaíde, a irmã mais velha do nosso homenageado, Osvaldo Martins da Cruz, ou simplesmente, Osvaldão, já estava por aqui e pouco tempo depois que ele conseguiu o primeiro emprego, mandou buscar em Ouro Preto (MG), cidade onde nasceu, os outros irmãos para seguir a mesma sorte.
O primeiro emprego foi em uma mecânica automotiva na Avenida Brigadeiro Luis Antonio. A segunda, ele conquistou a propriedade e ali, na oficina que ficava sob a passarela do Hospital das Clínicas na Avenida Rebouças, Osvaldão começou a sua coleção de amigos e de histórias. Cavaquinista de primeira grandeza, o músico se adaptava perfeitamente à boêmia e frequentemente era requisitado para tocar com os amigos nas rodas de samba que aconteciam pela cidade.
Ele era um bamba. Conhecido nas rodas sambistas de São Paulo e do Rio, circulava com facilidade entre as celebridades do futebol. Não tardou e abriu o Botekão, que ficava na alça da Avenida Doutor Arnaldo com a Paulista. Mais tarde, junto de Leivinha, ex-jogador do Palmeiras, teve a casa Balancê, na Rua Henrique Schaumann, cujo auge do sucesso aconteceu nos anos 1980.
Amigo de muitos, atencioso com todos, casado com Ivani Martins da Cruz e pai de Vanessa e Viviane Martins da Cruz, Osvaldão do Cavaco jamais revelou para qual clube de futebol torcia porque não queria criar polêmica. “Ninguém sabia para qual time ele torcia e a gente brincava dizendo que ele torcia pelo time onde qualquer um dos seus amigos jogava”, conta Vanessa, a caçula.
Querido e amado pelos devotos do mundo do samba, o músico tocou com famosos como Bete Carvalho e Almir Guineto. Aos 76 anos de idade, Osvaldão morreu vítima de complicações por diabete, no dia 10 de janeiro próximo passado, deixando muita saudade.
Na sua despedida, não foram poucos os amigos que choraram recordando o seu passado. “Quem fez amizade com Osvaldo, fez. Quem não fez, perdeu a chance de ter ao lado um grande amigo”, desabafou um deles.

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