O senhor das latas

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O senhor das latas

Saul Jampolsky é morador da Lapa e teve uma loja de atacado de roupas no Brás por anos. Agora aposentado, como gosta de dizer, se dedica a um hobby muito peculiar: coleção de latas de cerveja. Mas não é uma coleção qualquer. Ele tem mais de 38 mil latas!
A bem organizada coleção ocupa todo um andar de sua casa e não está aberta para visitação. “Só vem aqui quem eu convido e quando estou presente”, explica ele. Colecionar sempre fez parte de sua vida, como os selos postais, por exemplo. Mas as latas de cerveja, “por ser difícil, foi o que realmente decidi colecionar”. As latas vêm de todos os continentes, das mais variadas formas, cores, tamanhos e materiais.
A primeira latinha ele nunca esqueceu. Em 1990, ele estava viajando a negócios pela China em uma tarde de calor e pediu uma cerveja. A lata, vermelha com um dragão dourado, chamou sua atenção e ele resolveu guardá-la. A viagem seguiu para outros países e quando retornou ao Brasil, trazia na bagagem cerca de 50 latinhas de cerveja.
O curioso é que ele não se considera um bom bebedor de cerveja. “Gosto da geladinha, qualquer uma”.
Saul tem uma história para cada latinha. Já atrasou saída de avião por não abrir mão das suas latas, como aconteceu em um país do Oriente Médio. Foi confundido como catador de latinhas para reciclagem. Lembra sorrindo que “quem quer ser colecionador, não pode ter vergonha”.
Seja qual for o tema – animais, filmes, copas do mundo, festas de rodeios, animais, flores, datas comemorativas – ele tem uma série de latas.
A paixão pela coleção fica visível no carinho com que manipula suas latinhas. Mas ainda faltam cinco latinhas da série de sete das “Bond Girls”, do filme do agente 007. Ele tem duas. “Acho que vai ser difícil completar a série. Essas só aparecem raramente em leilão”, ele lamenta.
Ele se considera o maior colecionador da América do Sul, e ele tem outras 100 mil latinhas para trocar ou vender que negocia através de seu site. Ele é um dos fundadores do Brasil Chapter, que se reúne no segundo sábado de cada mês em um bar em Santana. São vários colecionadores de tudo que envolve a cerveja. “Ninguém paga nada. Querendo é só aparecer”.
Quem tem interesse em iniciar uma coleção, Saul recomenda que escolha um tema e saia atrás das latinhas, como ele faz há mais de 20 anos.

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