Os homens e seus cães

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Como compreender a ligação afetiva existente entre os homens e os cães? Esta história tem origem nos primórdios da civilização, quando, suspeita-se, teria começado a domesticação dos descendentes dos lobos. Com o passar do tempo os cães passaram a ser elementos essenciais ao trabalho humano. Porém, o que cientista nenhum conseguiu ainda decifrar é onde começou a história de amor entre o homem e o cão.
De pastores de ovelhas e caçadores, os cães passaram a ser, para muitos, a melhor ou senão a única companhia. As pessoas passeiam felizes com seus amigos peludos, dão a eles comida, recolhem seus dejetos, os cobrem de afeto e os levam ao veterinário. Eles retribuem com uma mordida ou um latido; recompensam o dono com uma lambida na mão, um abano de rabo ou disposição para escutar um falatório.
No entanto, em que ponto essa relação de afeto ultrapassa a “normalidade”? Há quem queira humanizar seu amigo canino, muitas vezes esquecendo-se de que ele é um animal, com necessidades diferentes das nossas: colocam roupas, passam perfume, calçam suas patas (uma da partes mais sensíveis do seu corpo), e até mesmo colorem seus pêlos. Também espanta a quantidade de produtos disponíveis nos pet shops. Alguns beiram o absurdo, como o “Hotdoll”, criado por um designer francês chamado Clement Eloy. O Hotdoll é uma cadela de brinquedo usada para aliviar o “enorme apetite sexual” dos cachorros e evitar a cena constrangedora de ter os animais grudados nas pernas das visitas.
“O modo como certas pessoas tratam o cachorro pode representar sim uma transferência de afeto. Há quem tenha um animal e se relacione bem com outras pessoas, tem outras formas de trocas afetivas. Mas existem aquelas que têm mais dificuldades de se relacionar com o outro e ninguém consegue viver sem nenhum afeto”, diz a psicóloga Anita Berti Filippi.
Segundo Anita, a relação afetiva do homem com o animal é mais fácil porque os cães nada cobram e nem exigem. “Acredito que além da dificuldade de relacionamento, pessoas que vivem sozinhas acabam se apegando mais a um animal pois, no contato com ele, ela relaxa, encontra aconchego. O animal capta, por exemplo quando o dono fica doente”.

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